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Palestinos pedem ao TPI que investigue 'crimes de guerra' israelenses

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O ministro palestino das Relações Exteriores, Riyad al-Maliki, pediu nesta terça-feira (22) ao Tribunal Penal Internacional (TPI) que "abra imediatamente uma investigação" sobre supostos crimes de guerra e de apartheid cometidos por Israel contra os palestinos.

Riyad al-Maliki se reuniu por uma hora com a promotora do TPI, Fatou Bensouda, na sede do tribunal em Haia. Trata-se de um "passo importante e histórico em busca de justiça para o povo palestino, que continua sofrendo crimes generalizados e sistemáticos", disse ele a repórteres após a reunião.

A pedido dos palestinos após a guerra na Faixa de Gaza no verão de 2014, o TPI lançou em 2015 uma investigação preliminar sobre acusações de crimes de guerra em Israel e nos Territórios palestinos. Mas ainda deve decidir se abrirá uma investigação completa sobre alegados crimes de guerra.

"Esta etapa visa a obter justiça ao tentar identificar os responsáveis", declarou Maliki.

Segundo ele, "os responsáveis por esses crimes, citados no pedido, devem ser responsabilizados por suas ações sem mais demora".

De acordo com Maliki, a iniciativa palestina ocorre "em razão da intensidade, do ritmo e da gravidade dos crimes contra nosso povo", incluindo o ataque a "manifestantes desarmados na Faixa de Gaza".

Em 14 de maio, quando os Estados Unidos inauguraram sua embaixada em Jerusalém, 62 palestinos foram mortos durante as manifestações na Faixa de Gaza por tiros disparados por soldados israelenses na barreira que separa Israel do enclave palestino.

A demanda palestina destaca a questão dos assentamentos israelenses, descritos como "a ameaça mais perigosa às vidas e aos recursos dos palestinos", segundo uma declaração palestina.

"Israel mantém, estende e protege o regime de assentamentos, cometendo crimes de guerra, crimes contra a humanidade e o crime de apartheid contra o povo palestino", aponta o comunicado.

A Autoridade Palestina aderiu ao TPI em 2015, do qual Israel não é membro.

O Ministério das Relações Exteriores de Israel declarou nesta terça-feira que "considera com severidade" a abordagem palestina, que descreveu como "cínica e sem validade jurídica".

"O TPI não tem autoridade sobre as questões israelo-palestinas, já que Israel não é membro do tribunal e já que a Autoridade Palestina não é um Estado", aponta uma declaração do Ministério israelense.

Bensouda afirmou, na semana passada, que estava acompanhando de perto a violência em Gaza e prometeu "tomar todas as medidas apropriadas", lembrando que a situação nos Territórios palestinos estava "sob investigação preliminar dos meus serviços".

"Minha equipe está acompanhando de perto os desenvolvimentos no terreno e investigando quaisquer supostos crimes que possam estar sob a alçada do TPI", disse ela à AFP.

"A violência deve parar", frisou.

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