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Em 2017, mais de 21 mil brasileiros deixaram o país em busca de oportunidades

Veja dicas para quem quer tentar a vida lá fora

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Dar um futuro melhor aos filhos, buscar segurança ou sonhar com melhores oportunidades de vida. São diversos os motivos que levam brasileiros a deixar o país. De acordo com dados da Receita Federal, só no último ano, mais de 21 mil foram morar no exterior, um pouco menos do que o triplo dos quase 8 mil que emigraram em 2011. Esse movimento também foi observado entre os estudantes. Segundo dados da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, órgão do governo português, o número de brasileiros em cursos de graduação em Portugal cresceu 31% nos últimos em três anos.

Acostumados a trabalhar customizadamente com os clientes de sua agência de intercâmbio, Alexandre Chiacchio e Andrea Caruso, da Education & Management Alliance, orientam as famílias dos intercambistas que querem tentar a vida lá fora, deixando claro que nem tudo são flores. Para ajudar quem está pensando em deixar o país, seguem dicas de como se preparar para essa mudança.

1.    Tenha autocrítica – Na hora de pensar nos prós e contras de ir para outro país, é importante priorizar a razão em vez da emoção. É preciso ter cuidado com as expectativas profissionais, por exemplo. Faça uma reflexão e entenda que, para se sobressair lá fora, o ideal é que você já seja percebido pelo mercado brasileiro como um destaque.

2.    Conheça antes a rotina da cidade - Antes de emigrar, invista um tempo e fique no lugar para o qual pretende se mudar por pelo menos um mês. Estude, vá ao supermercado, faça rede de relacionamento com pessoas de sua área de atuação, conheça a vizinhança, veja o comércio, conheça a prefeitura e outros pontos-chave. Converse com empresários e moradores para identificar oportunidades de negócios. Viva como os moradores.

3.    Faça a equivalência do seu diploma – Essa é uma medida essencial para quem vai emigrar. Por ser um processo burocrático, é importante dar entrada no processo o quanto antes. Isso evita imprevistos.

4.    Cálculo reverso - É importante calcular o custo de vida da cidade onde vai morar, o quanto levar para se sustentar até se colocar no mercado. Isso varia muito de cada lugar, por isso, a importância de passar ao menos um mês por lá. É importante não se esquecer de pôr entre os gastos, além das contas fixas, os costumes e necessidades de cada família, como shows, hábitos pessoais e restaurantes. Na Alemanha, um casal, pagando aluguel, não gasta menos do que 2.500 euros por mês.

5.    Imóvel próprio - Não venda o imóvel que você tem no Brasil antes de ter segurança absoluta de que já está com uma vida estável lá fora. Alugue para ter uma renda fixa.

6.    Empreendedorismo – Se vai empreender, é preciso conhecer toda a legislação previamente, checar se há incentivos para determinada área de empreendedorismo. Em Portugal, o imposto para PME é de 23%, já no Brasil fica em torno de 15%. Então, para iniciar um negócio, é melhor investir no Brasil do que em Portugal.

7.    Imposto de renda: em alguns países pode passar bastante de 40%, inclusive Portugal, dependendo da sua renda. Fique atento a isso.

8.    Segurança pública – Se o motivo da emigração é fugir da violência local, qualquer destino na Europa, na América do Norte ou na Oceania vale a pena.

9.    Quer ganhar muito dinheiro? – Então não é aconselhável ir para Europa e nem para o Canadá. No Canadá, há bastante oferta de emprego, mas o imposto é de quase 50%. Na Europa, todos ganham mais ou menos a mesma coisa. Executivos que querem ir para lá, achando que vão ocupar uma posição semelhante à que tinham aqui, podem mudar de ideia. Para ter a mesma qualidade de vida que tinham no Brasil, são necessários alguns anos. Por outro lado, os EUA continuam sendo atrativos para quem quer viver o sonho americano, montar um negócio e ficar rico. Não é fácil, mas se conseguir unir profissionalismo de excelência, ideias inovadoras e execução primorosa, qualquer lugar do mundo funcionará bem.