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Adversários de Maduro denunciam 'chantagem' do governo para mobilizar eleitores

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Henri Falcón e Javier Bertucci, adversários do presidente Nicolás Maduro nas eleições deste domingo (20) na Venezuela, denunciaram irregularidades do governo para mobilizar eleitores e pediram que as autoridades ajam.

Os dois candidatos centraram suas denúncias nos polêmicos "pontos vermelhos", postos do governante Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) colocados na rua próximos aos colégios eleitorais.

O PSUV pede para os que possuem o "Carnê da pátria" - documento necessário para ter acesso aos programas sociais - passem por esses locais para reportar sua participação nas urnas.

"A instalação dos 'pontos vermelhos' como mecanismo de pressão, elemento de chantagem política e social, contra um setor da população (...) se tornou um vírus", disse à imprensa Falcón após votar na cidade de Barquisimeto (oeste), seu antigo fortim político.

Também denunciou que testemunhas de seu partido foram desalojadas dos centros de votação e que, inclusive, um deles foi espancado e detido.

"Como não denunciar quando se leva as pessoas como se fossem cordeirinhos? Tem que dar liberdade às pessoas", expressou Bertucci após votar em Valencia (norte).

Durante a campanha, Maduro chegou a prometer "prêmios" para os que tivessem o "Carnê da pátria" e fossem votar.

Tanto Falcón como Bertucci pediram ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) - de linha governista - para "tomar as rédeas na questão".

"As denúncias relativas aos pontos políticos foram atendidas", assegurou a presidente do CNE, Tibisay Lucena, em entrevista coletiva posterior às reclamações dos candidatos.

Os "pontos vermelhos" são aceitos pelo CNE, mas devem ficar a não menos que 200 metros dos colégios. Falcón e Bertucci asseguraram que a lei está sendo violada.

O ministro de Comunicação e chefe de Campanha de Maduro, Jorge Rodríguez, assegurou que se tratam "de casos isolados" e que, uma vez denunciados, foram tomadas as medidas imediatas.