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Empresas de Itália e Espanha disputam para adquirir Eletropaulo

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A gigante energética italiana Enel e a espanhola Iberdrola estão em uma batalha pelo controle da Eletropaulo, a maior distribuidora de energia elétrica do Brasil.

A Enel aumentou a oferta de aquisição de 28 reais para 32 reais por ação, o que representa um preço de 5,4 bilhões de reais.

O grupo italiano também oferece pelo menos 1,5 bilhão de reais de aumento de capital ao fim da operação, uma quantia que a Enel adicionou em 20 de abril, quando anunciou o primeiro aumento da oferta.

A oferta pública de aquisição (OPA) está a cargo da Enel Sudeste, filial da Enel Brasil, que pretende comprar todo o sistema de distribuição de energia elétrica de São Paulo, privatizado em 1998.

Assim que foi divulgada a proposta da Enel, a Iberdrola também aumentou sua oferta nesta quinta-feira: 32,10 reais por ação, segundo comunicado divulgado em Brasília.

A batalha entre Enel e Iberdrola pelo controle da Eletropaulo começou em 17 de abril, quando o grupo espanhol anunciou uma oferta pública de aquisição de 25,51 reais por ação, com um aumento de capital de 414 milhões de euros adicionais.

A Iberdrola melhorou a oferta na segunda-feira passada, a 1,16 bilhão de euros, nos cálculos da AFP.

A empresa espanhola, que realiza a operação por meio de sua filial brasileira Neoenergia, oferece agora 29,40 reais por ação.

A Neoenergia, que concretizou uma fusão com o grupo brasileiro Elektro em 2017 e se tornou a maior distribuidora pelo número de clientes da América Latina, aspira a se tornar a maior distribuidora do Brasil.

"A Eletropaulo conta com mais de 18 milhões de clientes e opera na região mais próspera do Brasil", explicou Felipe Lopez, analista do Selfbank.

- Disputa vai a Bruxelas -

No contexto de uma guerra declarada, a Iberdrola denunciou a italiana Enel à Comissão Europeia, em Bruxelas, por violar os princípios da livre-concorrência, aproveitando-se de uma posição monopolística por sua vinculação com o Estado italiano, seu acionista majoritário.

"A Enel não opera com critérios de mercado e adota decisões de negócios que não obedecem a nenhuma lógica econômica", garante a companhia espanhola.

"Ela se aproveita de seu estatuto e não respeita as regras", acusou.

Para a rival espanhola, a condição da Enel, com capital público, deixa-o em uma situação de "privilégio regulatório na Itália", com "aceso mais barato aos mercados de capital", e ela opera "quase como um monopólio", segundo a carta assinada pela diretora de Assuntos Europeus da Iberdrola, Eva Chamizo, divulgada pela imprensa.

A empresa italiana rejeitou imediatamente as acusações "sem fundamento" que confundem a política energética na Itália e na Espanha da empresa com a disputa pelo mercado brasileiro.

"A falta de fundamento de todas essas acusações é bastante surpreendente" e tem como "objetivo evitar uma concorrência legal pela Eletropaulo", garantiu a Enel em comunicado.

"A Enel Americas participa da concorrência através de sua filial Enel Brasil Investimentos Sudeste, e quer um processo aberto e transparente de licitação", conclui a gigante italiana.

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