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Estudo triplica número de genes ligados à depressão conhecidos

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Um estudo com quase meio milhão de pessoas descobriu 30 novos genes ligados à depressão, triplicando o número de genes conhecidos por desempenharem um papel nesta doença.

O mesmo pacote de genes da depressão ampliado também sustenta outros transtornos psiquiátricos, como a esquizofrenia, segundo um consórcio de cerca de 250 cientistas.

"Isso é um divisor de águas", disse Patrick Sullivan, diretor do Centro de Genômica Psiquiátrica da Universidade da Carolina do Norte e colíder da pesquisa.

Os resultados, publicados na revista científica Nature Genetics, fornecem alvos para novos medicamentos e outras formas de tratamento.

"Todos nós carregamos variantes genéticas para a depressão, mas aqueles com uma maior carga (de genes) são mais suscetíveis", disse a coautora Naomi Wray, pesquisadora da Universidade de Queensland, na Austrália.

"Muitas experiências de vida podem contribuir para o risco de depressão, mas identificar os fatores genéticos abre novas portas para a pesquisa dos fatores biológicos".

Estar acima do peso ou obeso também se mostrou um fator de risco para depressão, segundo os dados.

A importância relativa dos fatores genéticos ou ambientais por trás da depressão varia de indivíduo para indivíduo, mas quase sempre é uma combinação das duas coisas.

"Agora temos um olhar mais profundo do que nunca sobre a base desta doença humana terrível e prejudicial", disse Sullivan.

O consórcio analisou meia dúzia de conjuntos de dados cobrindo mais de 135 mil pessoas clinicamente diagnosticadas com depressão, e comparou seus perfis genéticos com os de 344 mil pessoas sem sinais da doença.

Variações em 44 genes - 30 deles identificados pela primeira vez - mostraram uma correlação inequívoca.

Em todo o mundo, cerca de 14% dos adultos estão sujeitos a períodos de depressão profunda, que também é um dos principais fatores que contribuem para a incapacitação a longo prazo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.

Apenas cerca de metade dos pacientes diagnosticados respondem bem aos medicamentos e tratamentos existentes.

"Este estudo lançou luz sobre a base genética da depressão, mas este é apenas o primeiro passo", disse a coautora Cathryn Lewis, do King's College London.

"Precisamos de mais pesquisas para revelar mais fundamentos genéticos e entender como a genética e os estressores ambientais trabalham juntos para aumentar o risco de depressão".

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