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Trump veta arma nuclear para Irã e Macron sugere apoio para revisar acordo

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira que o Irã não pode ter permissão para desenvolver armas nucleares nem possuir a capacidade de promover organizações terroristas em outras nações. Trump falou em entrevista coletiva conjunta com o presidente da França, Emmanuel Macron. O líder francês, por sua vez, disse aceitar o acordo atual entre as potências e Teerã, mas sugeriu que a iniciativa pode ser melhorada.

O governo Trump deve se pronunciar no próximo mês sobre o acordo e existe a possibilidade de que Washington recue da iniciativa, o que abriria caminho para a volta de sanções contra o Irã, um membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e importante produtor da commodity. A França tem defendido o acordo, fechado em 2015 pelos países-membros do Conselho de Segurança (China, EUA, Reino Unido, França e Rússia) e pela Alemanha.

"Se o Irã nos ameaçar, eles pagarão um preço que poucos países já pagaram", afirmou Trump. Segundo ele, o país está envolvido em vários problemas na região do Oriente Médio. O líder americano disse que não é possível permitir que ele se aproveite da campanha militar americana na Síria para ganhar terreno. Afirmou especificamente que os EUA não desejam dar ao Irã caminho aberto a para o Mediterrâneo. "O acordo com o Irã não deveria ter sido feito", resumiu.

Já para Macron o acordo não deve ser abandonado, mas pode ser aperfeiçoado. O presidente francês disse também que os mísseis do país são um problema. "Queremos um novo acordo com o Irã para tratar da questão dos mísseis balísticos", comentou. Segundo Macron, o acordo atual com os iranianos não é o suficiente, mas permite algum controle sobre a atividade nuclear. Ele disse que a iniciativa pode ser revista, mas que não se deve ser simplista e é preciso levar em conta o contexto regional. Macron enfatizou a necessidade de soluções políticas para crises na região, como a da Síria.

Trump disse que gostaria de retirar tropas da Síria, mas que antes disso era preciso cumprir a missão no país. Ele afirmou que, há algumas semanas, o "ditador bárbaro" Bashar al-Assad lançou um ataque químico contra seu povo, o que justificou a ação com mísseis posteriormente realizada por americanos, franceses e britânicos. "O ataque foi um esforço bem executado e agradeço aos militares por sua coragem e habilidade", disse. "Estamos unidos para evitar a proliferação de armas químicas."

Sobre o comércio, Trump comentou que a relação com a China não tem sido justa há muitos anos prometeu que irá "resolver isso". "Queremos explorar novos acordos bilaterais, com justiça e reciprocidade", enfatizou. Macron, por sua vez, afirmou que entre EUA e França a balança comercial é equilibrada e também que defende as diretrizes da Organização Mundial de Comércio (OMC), no momento em que o presidente americano tem deixado a iniciativa multilateral em segundo plano e privilegiado a busca por acordos bilaterais. "Entre aliados deve haver cumprimento das normas internacionais do comércio", disse, após Washington anunciar que pretende impor tarifas à importação de aço e alumínio, agora em negociação com a União Europeia e outras nações, como o Brasil.

Trump tratou ainda dos passos tomados para que a Coreia do Norte abandone seu programa nuclear e de mísseis. Segundo ele, Pyongyang tem feito várias concessões, enquanto os EUA não fizeram nenhuma. "A campanha de pressão máxima continuará", ressaltou, dizendo que deseja paz e prosperidade para a Península Coreana e que deve se reunir em breve com o líder norte-coreano, Kim Jong-Un. Ele voltou a elogiar a participação da China para lidar com o assunto, citando o presidente Xi Jinping. "A China nunca nos tratou com tanto respeito como tem feito durante meu mandato."

O presidente americano reafirmou sua posição de fortalecer a fronteira. "Vamos acabar com a imigração ilegal", prometeu. Ele considerou que os gastos no Oriente Médio atrapalham seus projetos de investimento em infraestrutura no próprio país e disse que as nações da própria região terão de desembolsar mais para garantir a paz regional.