ASSINE
search button

Dois palestinos mortos em protesta na fronteira de Gaza com Israel

Compartilhar

Milhares de palestinos voltaram a protestar nesta sexta-feira na fronteira da Faixa de Gaza com Israel, onde dois palestinos foram mortos por soldados israelenses, elevando a 36 o número de mortos desde 30 de março.

Os manifestantes queimaram pneus perto da fronteira e em alguns casos lançaram coquetéis molotov. É a quarta sexta-feira consecutiva de protestos. Centenas de palestinos ficaram feridos desde então.

Segundo fontes do Ministério da Saúde de Gaza, dois palestinos foram mortos a tiros nesta sexta por soldados israelenses.

Ahmad Rashad al-Athamneh, de 24 anos, foi atingido no norte do enclave. Mais cedo, Ahmad Nabil Abu Aqeb, de 25 anos, foi atingido por um tiro na cabeça ao leste de Jabalia.

O Ministério indicou que 83 pessoas ficaram feridas.

A Faixa de Gaza, localizada entre Israel, Egito e o Mediterrâneo, controlada pelo movimento islâmico Hamas, descrito como "terrorista" por Israel, registra desde o dia 30 de março grandes manifestações de palestinos.

Alguns se aproximam da fronteira para lançar projéteis ou queimar pneus na direção dos soldados israelenses posicionados ao longo da barreira de segurança. Estes soldados, por vezes, dispararam balas para evitar a entrada dos manifestantes em território israelense.

Nesta sexta-feira, aviões militares israelenses jogaram panfletos na fronteira com advertências.

"Estão participando de manifestações violentas. A organização terrorista Hamas se aproveita de vocês para cometer ataques terroristas", diz os panfletos, acrescentando: "Fiquem longe da cerca e não tentem danificá-la. Evitem usar armas e cometer atos violentos contra as forças de segurança israelenses e os cidadãos israelenses".

O número de manifestantes nesta sexta-feira era menor do que nas semanas anteriores, mas somavam milhares.

Entre os que participavam nos protesto, pelo menos centenas se aproximaram da cerca para atirar pedras, constatou a AFP. As forças israelenses lançaram gás lacrimogêneo e dispararam balas reais.

As forças armadas israelenses estimaram em cerca de 3.000 o número de manifestantes palestinos envolvidos em "tumultos e tentativas de se aproximar da infraestrutura de segurança".

Eles acrescentaram em uma declaração que "as tropas respondem com o objetivo de dispersar os manifestantes e disparam de acordo com as regras" ensinadas.

O ministro da Defesa de Israel, Avigdor Lieberman, disse em uma visita à fronteira nesta sexta-feira que "o que o outro lado tem que entender é que temos um exército determinado e treinado aqui".

As forças israelenses são acusadas de uso excessivo da força contra os manifestantes palestinos.

Os palestinos marcham até a fronteira para reivindicar seu direito de retornar às suas terras, de onde fugiram ou foram expulsos com a criação do Estado de Israel em 1948.

Também denunciam o bloqueio imposto por Israel há mais de dez anos para conter o movimento islâmico Hamas, que comanda o território, com quem Israel travou três guerras desde 2008.

bur-mjs/dr/pa/es/mr