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ETA anunciará dissolução no primeiro fim de semana de maio

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A organização separatista basca ETA anunciará sua dissolução no primeiro fim de semana de maio no País Basco francês, mediante uma declaração "muito clara" - afirmou um mediador internacional, o professor da Universidade de Israel Alberto Spectorovsky, nesta quinta-feira (19).

Spectorovsky é membro do Grupo Internacional de Contato (GIC), composto por personalidades de diferentes países para trabalhar pela paz no País Basco, uma região do norte da Espanha com 2,2 milhões de habitantes.

"Aparentemente", o anúncio da dissolução vai acontecer no primeiro fim de semana de maio, "se não houver algum imprevisto de último momento", disse à rádio pública basca EITB Spectorovsky, confirmando uma informação da televisão basca ETB.

O anúncio será no País Basco francês, indicou.

"A declaração de que o ETA não vai mais existir será muito clara. Não posso mencionar as palavras, mas ninguém ficará em dúvida", assegurou.

O ETA renunciou à luta armada em 2011 e em abril de 2017 entregou suas armas, fornecendo à justiça francesa uma lista de seus depósitos.

O termo "desmobilização" é usado com mais frequência do que "dissolução", que é o que tanto a Espanha quanto a França esperam.

"Acredito que a decisão do ETA é uma dissolução", declarou à AFP Jean-René Etchegaray, prefeito de Bayonne e presidente da Comunidade Urbana do País Basco.

"As coisas precisam ficar perfeitamente claras, as palavras têm importância, a desmobilização ocorre desde 2011, quando o ETA proclamou seu cessar-fogo", ressaltou.

- "Nada" em troca -

"Já entramos em uma nova fase, na qual se pode falar não apenas de pós-desarmamento, não apenas de pós-violência, mas de pós-ETA. Isso é muito importante e vai ficar muito claro", declarou Spectorovsky.

"O que vai ficar claro é que este parágrafo da história de Euskadi (País Basco) e da história da Espanha se encerrou", disse ele.

Criado em 1959, durante a ditadura de Francisco Franco, o ETA tem uma história de atentados a bomba e assassinatos que deixaram 829 mortos, bem como sequestros e extorsões, em nome de sua luta armada pela independência do País Basco e Navarra.

O governo espanhol, que insiste em exigir a dissolução do ETA, garantiu nesta quinta-feira, por meio de seu ministro do Interior, Juan Ignacio Zoido, que a organização não receberá "nada" em troca.

"O ETA não atingiu nenhum dos seus grandes objetivos pelos quais matou e semeou o na Espanha. O ETA não conseguiu nada por deixar de matar e não conseguirá nada por sua declaração de desaparecimento", garantiu Zoido em uma mensagem enviada à imprensa.

lbx-col/du/me/mr