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Cubanos em Miami veem sem entusiasmo mudança de comando em Havana

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Os exilados cubanos em Miami viam nesta quarta-feira (18) sem entusiasmo a 'pantomima' de votação que ocorre em Cuba, onde a Assembleia Nacional elege o presidente que porá fim a seis décadas dos irmãos Castro no poder.

Miguel Díaz-Canel, um engenheiro eletrônico de 57 anos, militante do Partido Comunista, se prepara para suceder Raúl Castro na Presidência cubana após ter sido proposto como candidato único. O resultado da votação do plenário da AN será divulgado na quinta-feira.

"Isto é uma pantomima em um país onde não há eleições. O cubano já se acostumou ao descaramento dessa gente e esta é uma de tantas coisas mais", disse Tomás Hernández, de 75 anos, enquanto dividia um cafezinho no Café Versailles, de Little Havana, reduto cubano em Miami, Flórida.

A alguns passos dali, um punhado de ativistas desfraldou a bandeira cubana, junto a um cartaz que dizia "Freedom for Cuba" (Liberdade para Cuba) e um auto-falante que invadiu a quadra com a música de Celia Cruz.

"Uma vez mais pedidos liberdade verdadeira, não a mudança cosmética que este regime de Havana quer fazer, pondo um e tirando outro", disse à AFP Osvaldo Hernández, delegado da organização anticastrista Vigilia Mambisa.

Após a vitória da revolução em 1959 e a eleição de Fidel Castro à Presidência em 1976, Cuba só teve uma transição real quando, em 2006, adoeceu e passou o comando ao seu irmão caçula, Raúl.

Fidel Castro morreu no fim de 2016 e agora é Raúl, de 86 anos, que cederá seu assento a um representante da nova geração.

Miguel Díaz-Canel Bermúdez, professor universitário no início de sua carreira, foi membro do birô nacional da União de Jovens Comunistas e primeiro secretário do governista Partido Comunista de Cuba (PCC).

No domingo, o Movimento Democracia, uma das organizações anticastristas mais influentes de Miami, reuniu dezenas de exilados em Little Havana para "protestar pela sucessão de poder no lugar da transição no país", declarou seu presidente, Ramón Saúl Sánchez.

Em Washington, a representante cubano-americana pela Flórida Ileana Ros-Lehtinen disse em um comunicado na terça-feira que esta votação "não é um ponto de inflexão".

Ao contrário, afirmou, "o regime continuará dando refúgio a terroristas" e Cuba prosseguirá "expandindo sua colaboração com Rússia, China, Coreia do Norte, Venezuela e outros Estados párias".

lm/lp/mvv