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Primeiro-ministro japonês se defende de acusações de suposto favorecimento

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O primeiro-ministro japonês Shinzo Abe se defendeu nesta segunda-feira das acusações de favorecimento e de falsificação de documentos em uma transação imobiliária, que provocaram a queda de sua popularidade e abalaram sua autoridade. 

Em uma agitada sessão no Parlamento, Abe afirmou que não deu a ordem a nenhum funcionário para modificar os documentos oficiais relativos a uma venda de terrenos. "Não, nunca pedi nenhuma modificação", declarou. 

O escândalo diz respeito a um lote que teria sido vendido por 10% de seu valor de mercado em 2016 ao diretor de um jardim de infância nacionalista. No local seria construída uma escola do ensino básico e o diretor nomeou a esposa de Abe como diretora honorária do estabelecimento. 

O chefe de Governo disse que sua esposa aceitou a nomeação "de modo relutante" e depois "renunciou" ao posto. 

O caso, que disparou as suspeitas de favorecimento e privilégios, explodiu no ano passado, mas retornou às manchetes após a revelação de mudanças nos documentos relacionados à transação comercial. 

Os trechos dos documentos originais e suas versões modificadas divulgadas por parlamentares da oposição parecem mostrar que os nomes de Abe e referências a sua mulher, Aki, e ao ministro das Finanças, Taro Aso, foram suprimidos. 

Aso responsabilizou "alguns funcionários" do ministério pelas modificações. 

Abe afirmou nesta segunda-feira que ele mesmo observou os documentos originais e que nada indica um envolvimento dele ou de sua esposa. 

"Se vocês observarem os documentos antes da modificação, está claro que não há nenhuma prova de que eu ou minha esposa estivéssemos envolvidos na venda do terreno público ou na aprovação (da construção) da escola", disse. 

O primeiro-ministro reiterou o pedido de desculpas e declarou que tem um "agudo senso" de sua responsabilidade ante o escândalo que "abalou a confiança em sua administração". 

O caso reduziu a popularidade de Abe e enfraqueceu suas chances de ser reeleito como líder do Partido Liberal Democrático em setembro, o que poderia fazer dele o primeiro-ministro mais longevo da história do país. 

Uma nova pesquisa publicada pelo jornal Asahi Shimbun, que entrevistou 2.000 pessoas entre sábado e domingo e registrou 905 respostas válidas, mostra uma queda de 13% no índice de aprovação de Abe, que agora está em 31%, o pior resultado desde que ele chegou ao poder em 2012.