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May diz que comportamento da Oxfam no Haiti foi 'horrível'

Relatório mostrou que diretores ameaçaram testemunhas no Haiti

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A primeira-ministra britânica, Theresa May, criticou hoje (19) como "horrível" o fato de funcionários da ONG Oxfam terem ameaçado testemunhas durante uma investigação sobre má-conduta no Haiti.

A premier voltou a subir o tom contra a ONG, que recebe ajuda financeira do governo britânico. May disse que o relatório interno da Oxfam, divulgado nesta segunda-feira, comprova que os padrões comportamentais da ONG estão muito longe dos exigidos de todos os voluntários e associações que colaboram com o governo.

A Oxfam publicou um antigo relatório de uma investigação interna conduzida sobre as denúncias de que diretores da ONG contrataram prostitutas no Haiti durante as ações de reconstrução pós-terremoto de 2010. Segundo o relatório, datado de 2011, três homens acusados de má-conduta ameaçaram testemunhas durante as investigações.

Naquela época, a ONG recomentou que o caso deveria receber "maior atenção", mas, apesar do alerta, os acusados de má-conduta assumiram cargos de alto escalão nas ações de caridade da Oxfam.

"Isso é exatamente o problema que vemos quando as pessoas não se sintem seguras para denunciar o que acontece com elas", criticou a premier.

A Oxfam tem cerca de 10 mil funcionários atuando em mais de 90 países e decidiu divulgar seu relatório interno como forma de manter sua transparência. O documento tem 11 páginas, mas esconde a identidade das pessoas envolvidas nos escândalos.

Um dos pivôs do caso é o ex-diretor da Oxfam no Haiti, o belga Roland Van Hauwermeiren, que admitiu ter pago por relações sexuais com prostitutas em locais financiados pela ONG. De acordo com a Oxfam, sete funcionários no Haiti deixaram a ONG após a investigação interna. Quatro deles foram demitidos por "falhas graves", e três pediram demissão, entre eles Van Hauwermeiren.