ASSINE
search button

Catalães correm contra o tempo para definir Presidência

Delegação do ERC foi a Bruxelas para conversar com Puigdemont

Compartilhar

Os membros do partido Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) foram a Bruxelas nesta segunda-feira (5) para debater com Carles Puigdemont, do Juntos pela Catalunha, a situação da Presidência da região.

O ex-líder catalão foi indicado para assumir novamente o cargo pelo presidente do Parlamento, Roger Torrent (ERC), mas por conta da sua situação de exílio, ele ainda não pode assumir o seu lugar.

Com isso, ganha força a possibilidade da Catalunha ter um "presidente efetivo", que possa assumir o cargo na região, e Puigdemont se tornaria uma espécie de "presidente simbólico", até que sua situação seja resolvida. No entanto, após o encontro desta terça, fontes próximas às negociações informaram que "foram feitos avanços", mas ainda não se chegou a um acordo sobre o tema.

Nesta terça-feira (6), os analistas em Constituição do Parlamento catalão debateram por horas sobre os prazos constitucionais para a posse de um novo líder para evitar a dissolução do Parlamento mais uma vez, obrigando a região a ir para as urnas novamente.

Segundo os técnicos da Generalitat, há dúvidas sobre o prazo para a cerimônia de posse. Isso porque o texto constitucional prevê que ela deve ocorrer em até dois meses. "Se transcorridos dois meses desde a primeira votação da investidura, nenhum candidato foi eleito, a legislatura será dissolvida automaticamente", diz a Constituição.

No entanto, os partidos pró-independência, que são maioria no Parlamento, afirmam que essa conta dos dois meses ainda não foi iniciada porque não se chegou a fazer uma "primeira votação de investidura", já que o plenário ainda sequer se reuniu por conta de uma decisão de Torrent - que bloqueou todas as sessões até a posse de Puigdemont.

Porém, a oposição afirma que esse prazo está para vencer e que deve ocorrer uma nova dissolução do Parlamento. Toda a confusão se deve ao fato da Corte Constitucional de Madri barrar a posse de Puigdemont "à distância". Com isso, ele precisaria voltar à Catalunha para assumir o posto. Só que há um mandado de prisão em aberto contra ele por "rebelião". Ou seja, se o catalão voltar à Espanha, ele será preso no mesmo instante.

Só que, por conta das eleições realizadas em 21 de dezembro, Puigdemont é o candidato natural ao posto, já que sua sigla foi a mais votada na disputa eleitoral.