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M5S e centro-direita lideram intenções de votos na Itália

No entanto, nenhum grupo deve conseguir maioria no Parlamento

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Uma nova pesquisa de intenções de voto para as eleições do dia 4 de março na Itália voltou a mostrar que o partido antissistema Movimento Cinco Estrelas (M5S) está liderando as intenções de voto. Já a coalizão de centro-direita, formada por Força Itália, Liga Norte e Fratelli d'Itália deve obter a maior parte dos votos para o Parlamento.

De acordo com os dados recolhidos pelo instituto Ipsos, divulgados pelo jornal "Corriere della Sera" nesta sexta-feira (19), o M5S tem 28,7% dos votos, contra 23,1% a sigla governista e de centro-esquerda Partido Democrático (PD).

Em terceiro lugar, aparece o Força Itália (FI), de Silvio Berlusconi, com 16,5%, seguido pelo ultranacionalista Liga Norte, com 13,8%. Todas as demais listas e legendas tem menos de 10% das intenções de voto. Já os indecisos e os que não sabem ainda em quem vão votar são 34%.

Com a nova regra eleitoral, parte dos eleitos para o Parlamento entrarão por voto direto, os chamados "colégios majoritários" enquanto outra parte é eleita de maneira proporcional.

Excluindo as regiões do Vale de Aosta e dos votos no exterior, o quadro dos 617 assentos no local ficariam divididos em 266 para a coalizão de direita (131 no majoritário, além de 68 votos do Força Itália, 51 da Liga Norte e 16 do Fratelli d'Italia (FDI)), 170 para o M5S (com 53 nos colégios majoritários e 117 no proporcional), 154 para a centro-esquerda (apenas 47 ganhos no majoritário e 107 no proporcional) e 27 assentos aos Livres e Iguais.

Ou seja, os dados da Ipsos mostram que não há nenhuma coalizão ou sigla que consiga a maioria no Parlamento. Mesmo a centro-direita, com seus possíveis 267 assentos, precisariam de mais 50 para obter a maioria simples.

- Voto por regiões:

No detalhamento, a aliança entre Berlusconi, Liga e FDI obtém 31 dos 35 assentos na Lombardia e 16 em 19 no Vêneto. Nessas duas regiões, quase nada sobra para os outros: dos sete dos colégios que sobraram, cinco vão pro M5S e dois para o PD. Um pouco diferente, mas não muito, é a situação em outras regiões do norte da Itália.

Em Piemonte, por exemplo, 11 colégios vão para a centro-direita, três para o M5S e três para o PD. A centro-esquerda vai um pouco melhor no Trentino-Alto Ádige, com a conquista de quatro assentos, só dois para a centro-direita e nenhum para os "grilinos".

Na Ligúria, por sua vez, o M5S obteria três colégios, enquanto dois vão para centro-direita e só um para a centro-esquerda; na Friuli-Veneza Giulia, a centro-direita conquista quatro vagas, uma para a centro-direita e nenhuma para o PD.

Já no centro da Itália, a situação é bem diferente. Na Toscana, a centro-esquerda conquistaria 11 colégios em 14, enquanto dois iriam para a centro-direita e um para o M5S. Na Emilia-Romana, o PD conquistaria 12 em 17 assentos, sendo três para a centro-direita e dois para o M5S. Nessas duas regiões, concentram-se os 70% dos colégios uninominais que estão nas mãos da sigla de Matteo Renzi.

Na Úmbria, dos três colégios existentes, dois vão para a centro-esquerda e um para a centro-direita. Já o partido governista vai muito mal nas Marcas e no Lazio: na primeira, só os Cinco Estrelas tem bom desempenho com quatro dos seis assentos disponíveis (sendo os outros dois um para o PD e outro para a centro-direita). Na segunda, das 11 vagas, sete são do M5S e três da centro-esquerda.

No sul do país, é uma partida dividida em dois sem a presença da coalizão renziana: na Púglia, Campânia, Sicília e Calábria, lideram os comandados de Berlusconi. Uma grande diferença é só registrada na primeira, com a centro-direita ganhando de 12 a cinco, sendo uma situação mais equilibrada nas demais.

Para a atual maioria do governo, o sul representa uma batalha perdida histórica: apenas quatro vagas em seis regiões diferentes.