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Suíça aprova lei que proíbe fervura de lagostas vivas

Crustáceos precisarão levar um eletrochoque antes de ir à panela

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A partir de 1º de março, as lagostas não poderão mais ser fervidas vivas na Suíça. Isso porque o Conselho Federal, órgão que exerce a função de chefe de Estado no país, estabeleceu que os crustáceos precisam ser atordoados eletricamente ou sofrer a "destruição mecânica do cérebro" antes de ir para a panela.

A nova legislação sobre o direito dos animais surgiu depois de alguns estudos concluírem que as lagostas sentem dor devido ao sistema nervoso complexo que possuem. Será proibido também transportar crustáceos em caixas de gelo. Ou seja, eles só poderão ser levados em tanques com água do mar.

Ao redor do mundo, as lagostas são cozidas vivas porque, de acordo com uma crença, sua carne fica muito mais saborosa. Alguns biólogos marinhos falam que o sistema nervoso dos crustáceos não é tão desenvolvido, sendo assim, não sentem dor. Já outros acham que eles sofrem demais.

Por meio do eletrochoque, os crustáceos ficam sem consciência em apenas meio segundo e morrem em cinco, no caso das lagostas, ou em 10, no dos caranguejos. A máquina para atordoar, no entanto, custa em torno de 3 mil euros, então uma alternativa oferecida pelo governo suíço é dar uma martelada na cabeça do animal.

Não é apenas a Suíça que tenta proteger as lagostas. Em junho do ano passado, o governo italiano proibiu que os crustáceos fossem mantidos em baldes de gelo nas cozinhas dos restaurantes, por causa do sofrimento que a temperatura lhes causava. O mesmo ocorria nos supermercados, que deixavam esses animais vivos no gelo e com as garras amarradas.

Segundo a Corte de Cassação, tribunal supremo da Itália, todos esses atos constituem um crime de maus tratos aos animais.