A Justiça da Argentina decretou na última sexta-feira (12) a libertação "imediata" do ex-vice-presidente do país Amado Boudou (2011-2015) que está sendo processado em duas ações por suposta apresentação de contas falsas e por lavagem de dinheiro.
O Tribunal de apelações da Câmara Federal ordenou a libertação do ex-vice do governo de Cristina Kirchner no processo que investiga as despesas em viagens para o exterior durante o período em que foi ministro de Economia (2009-2011).
Na decisão, a Justiça questionou a prisão que tinha sido ordenada pelo juiz da primeira instância. De acordo com o advogado de Boudou, Eduardo Marañona, "não havia condições para uma detenção da noite para o dia de uma pessoa que está submetida a processo de cinco anos".
Após ser libertado, Boudou afirmou à imprensa que o "sistema está passando por cima da presunção de inocência, e tem a ver mais com o escárnio que com a justiça".
Segundo o político, "o poder judiciário está fazendo abuso", em relação aos diversos casos de kirchneristas que estão detidos.
Boudou foi preso no dia 3 de novembro de 2017 em seu apartamento no luxuoso bairro de Puerto Madero, após uma determinação do juiz Ariel Lijo. Segundo o magistrado, o ex-companheiro de chapa de Cristina Kirchner dispõe de "poder econômico para eludir ou atrapalhar o processo". Esta foi a primeira vez na história da Argentina que um ex-vice-presidente foi detido por corrupção.