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Para marcar posição contra Trump, Merkel pretende se juntar a Macron em Fórum de Davos

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Merkel pode viajar para o Fórum Econômico Mundial (WEF) em Davos, após um hiato de três anos sem comparecer à mais importante reunião do mundo financeiro global. Um encontro entre ela o presidente francês, Emmanuel Macron, seria visto como uma demonstração de força contra o presidente Donald Trump, que também deve falar no evento.

O porta-voz da chanceler, Steffen Seibert, não respondeu quando questionado na semana passada se Merkel compareceria ao evento. Porém, com a possibilidade da chanceler alemã finalmente consolidar uma coalizão política que avalize sua permanência no poder, as chances de Merkel participar aumentaram, de acordo com a Reuters.

Os assentos vazios da delegação dos EUA antes da sessão de abertura da COP23 Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas 2017, organizada por Fiji, mas realizada em Bonn, no World Conference Centre Bonn, na Alemanha.

O evento do ano passado foi marcado pelo anúncio do presidente chinês, Xi Jinping sobre a prontidão de Pequim para preencher o vácuo de liderança global criado após a posse de Trump.

Desde então, Trump cumpriu as previsões sobre o aumento do isolacionismo americano, incluindo a retirada do Acordo Transpacífico de Cooperação Econômica (TPP), do Acordo climático de Paris e do Plano de Ação Integral Conjunto (JCPOA) entre as potências ocidentais e o Irã.

Trump — o presidente mais impopular na história dos EUA — escalou uma guerra de palavras com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, aumentando temores quanto a um possível conflito nuclear e provou a ira global ao se referir a Haiti, El Salvador e nações africanas como "países de m*rda" durante uma reunião da Casa Branca com membros do Congresso.

O comparecimento de Merkel ao lado Macron em Davos enviaria um forte sinal de que a Europa pretende liderar o mundo, limitando a influência de Trump e seu governo no cenário mundial. Macron é visto como um centrista pró-europeu que apoia a desregulamentação comercial e uma ordem global baseada mais em consenso do que o isolacionismo. O líder francês deve discursar no dia 24.

"Meu instinto me diz que Macron vai crescer", avaliou o diretor do laboratório de ideias Chatham House, Robin Niblett, em Londres. "Ele não apenas falará sobre a Europa, mas também tentará assumir o manto do mundo livre sob a liderança europeia".

"Há muito poucas coisas no mundo que unem os países tanto quanto sua antipatia contra Trump e o que ele está fazendo", afirmou o presidente da consultoria de risco político Eurasia Group, Ian Bremmer. "Nos Estados Unidos, ele pode ter 40%, mas em Davos, está mais para 5%".

Merkel investe as fichas em 'grande coalizão'

A visita de Trump à conferência deve ser a primeira de um presidente dos EUA desde 2000. O líder dos EUA deve ser acompanhado pelo genro Jared Kushner, o secretário do Tesouro dos EUA, Steve Mnuchin, e o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, bem como por uma grande delegação de funcionários auxiliares.

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