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México perde joias arqueológicas por negligência

Descuidos e erros impedem recuperação de acervo de 691 peças

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O governo do México perdeu 691 peças de seu valioso acervo pré-hispânico devido a negligência, descuido, erros e atrasos, o que os impediu de recuperar nos tribunais esse tesouro, traficado por um conhecido contrabandista de bens arqueológicos. De acordo com o advogado Antonio Molina, os mexicanos apenas conseguiram recuperar duas obras, porque apresentaram duas provas: uma por fraude, pela venda de uma falsa cabeça olmeca, e outra por extração de bens arqueológicos.

Molina defendeu Leonardo Patterson, que se diz colecionador de arte, mas no México muitos o consideram um verdadeiro traficante de joias pré-hispânicas. Há algum tempo, ele extraiu ilegalmente do país inúmeras peças.

Ao contrário do México, o governo do Peru conseguiu recuperar 240 peças valiosas antes de transportá-las, devido a uma atuação rápida e eficaz. No entanto, o México "teve uma performance fraca para recuperar algumas peças relacionadas a Patterson".

De acordo com a imprensa local, as autoridades mexicanas negligenciaram a fuga, porque as peças não foram declaradas "particularmente significativas" para o patrimônio nacional.

Em 1997, Patterson presenteou a Compostela, na Espanha, com uma exposição de peças arqueológicas mexicanas. Mas somente em 2007, o Instituto Nacional de Antropologia e Historia (INAH) teve conhecimento do catálogo e percebeu que as obras eram do país latino.

Na ocasião, o INAH pediu a secretaria das Relações Exteriores espanhola para obter a restituição dos bens arqueológicos.

Inclusive, fez uma reivindicação para a embaixada do México na Espanha através de uma nota diplomática.

No entanto, somente em 2010, as autoridades viajaram para a Alemanha, onde o acervo era mantido, e confirmou que 691 das 1000 peças eram do governo mexicano. Desta forma, o Ministério público alemão iniciou uma investigação.

Leonardo Augustus Patterson, de 75 anos, é de uma cidade da Costa Rica, e falsificou peças arqueológicas muito rentáveis.

Ele foi descrito como um verdadeiro "charlatão", porque contava histórias para turistas sobre as vendas de peças. O processo contra ele estava em andamento desde 2004.