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Candidatos encerram campanha mais acirrada do século no Chile

Piñera e Guillier disputam Presidência voto a voto

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O conservador Sebastián Piñera e o esquerdista Alejandro Guillier encerraram nesta quinta-feira (14) a campanha para o segundo turno das eleições presidenciais no Chile, que será realizado no próximo domingo (17) e definirá o sucessor da socialista Michelle Bachelet.

O pleito é tratado pela imprensa chilena como o mais disputado deste século, e ninguém se atreve a apontar em um vencedor. O senador Guillier, da situação, apostou suas fichas em um ato ao ar livre em frente ao Palácio de la Moneda, sede da Presidência da República, e com um convidado popular na esquerda latino-americana: o ex-presidente do Uruguai José Mujica.

Em seu discurso, o ex-dirigente tupamaro fez um apelo em defesa da união e convidou os chilenos a serem "mais latino-americanos", se aproximando de seus vizinhos na região, ao invés de "buscar mercados por todo o mundo".

"Me sinto lisonjeado, amigo Pepe. Sua presença nos revitaliza e nos ajuda na unidade do progressismo. Sua presença ajuda a construir esse Chile unido e essa força de mudança que derrubará uma direita conservadora que não traz futuro para o Chile", declarou Guillier.

No mesmo instante, a 10 quadras de distância, o ex-presidente Piñera pedia perdão pelos "erros" cometidos em seu mandato e garantia ter aprendido com sua experiência no comando do país.

"Aprendemos que os chilenos querem mudanças, mudanças profundas, mas queremos mudanças baseadas no diálogo, nos acordos, não no confronto", disse.

Com 36,6% dos votos no primeiro turno, Piñera tenta angariar os 7,89% obtidos pelo conservador José Antonio Kast e o apoio de eventuais descontentes com o progressismo e a Democracia Cristã.

Já Guillier, que teve 22,7%, mira nos 20,2% da coalizão de esquerda Frente Ampla e nos 10% somados pela democrata-cristã Carolina Goic e pelo progressista Marco Enríquez-Ominami - por isso a presença de Mujica.