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Papa ataca exclusão de índios, negros e mulheres na A. Latina

Francisco também criticou "colonização ideológica" na região

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O papa Francisco celebrou nesta terça-feira (12), na Basílica de São Pedro, no Vaticano, uma missa pela América Latina, por ocasião da festa litúrgica de Nossa Senhora de Guadalupe, "padroeira das Américas".

Em sua homilia, o líder da Igreja Católica criticou a situação de exclusão social vivida por índios, negros e mulheres no subcontinente e defendeu que os povos latino-americanos sejam protegidos contra a "colonização ideológica".

Francisco disse que "indígenas e afro-americanos frequentemente não são tratados com dignidade e paridade de condições", que muitas mulheres são "excluídas por causa do sexo, da raça e do estado socioeconômico" e que os jovens "recebem uma educação de baixa qualidade e não têm oportunidade de progredir em seus estudos ou de entrar no mercado de trabalho para construir uma família".

Além disso, o Papa acrescentou que "pobres, desempregados, migrantes, deslocados e camponeses sem terra" são relegados à "economia informal" e denunciou que crianças são submetidas à prostituição infantil, "frequentemente ligada ao turismo sexual".

Segundo o Pontífice, os povos da América Latina e do Caribe são marcados pela "riqueza e diversidade culturais" e precisam ser defendidos contra "todas as tentativas de homogeneização, que acabam impondo, com slogans atraentes, um único modo de pensar, de ser, de sentir e de viver".

"Nossa fertilidade nos impõe a defesa de nossos povos contra uma colonização ideológica que anula os mais ricos deles, sejam indígenas, afro-americanos, mestiços, camponeses ou suburbanos", ressaltou.

Nascido na Argentina, Francisco é o primeiro papa latino-americano da história e dedica especial atenção à região. Em seus discursos e homilias, menciona frequentemente os problemas vividos por países como Venezuela e até mesmo Brasil, onde ele já disse existir uma "escandalosa corrupção".

Recentemente, Jorge Bergoglio convocou, para 2019, um Sínodo dos Bispos voltado exclusivamente à evangelização da Amazônia, tema em sintonia com sua primeira encíclica, a "Louvado seja", que fala sobre meio ambiente.