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Jerusalém vive dia de confrontos, Al-Qaeda e EI ameaçam EUA

Violência foi provocada por decisão de Trump de mudar embaixada

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No primeiro dia após a histórica e polêmica decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel, a violência tomou conta da cidade e dos arredores. A mídia local reporta ao menos 112 feridos em Jerusalem, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Apenas durante a manhã e a tarde de hoje, a Cruz Vermelha palestina registrou mais de 60 pessoas feridas em confrontos na Cisjordânia. Foram 12 ferimentos com armas de fogo, 13 com balas de borracha e ao menos 32 intoxicações com gás lacrimogêneo.

Os primeiros confrontos ocorreram na Faixa de Gaza, quando três palestinos foram atingidos por tiros de soldados israelenses por protestarem contra a decisão de Trump. Na noite de ontem, um grupo de palestinos desligou as luzes da árvore de Natal instalada em Belém como forma de repúdio. Também foi convocada greve geral na região. Jerusalém é uma cidade sagrada para várias religiões. Por isso, as Nações Unidas e a diplomacia mundial apoiam que o local tenha um "status" internacional, apesar de israelenses e palestinos reivindicarem a posse do município. Terrorismo - Grupos extremistas islâmicos fizeram uma série de ameaças contra os Estados Unidos pela decisão de instalar sua embaixada em Jerusalém.

O movimento Hamas, que até este ano atuava no governo da Faixa de Gaza, convocou uma nova intifada "contra a ocupação e o inimigo sionista". Nas redes sociais, seguidores do Estado Islâmico (EI) e da Al-Qaeda fizeram ameaças de atentados. "Cortaremos a cabeça de vocês e liberaremos Jerusalém", dizia uma das mensagens, publicada em árabe, hebraico e inglês. Diplomacia internacional - Quase por unanimidade, a comunidade internacional se opôs a decisão de Trump, alegando que ela prejudica as negociações de paz que preveem a solução de dois Estados. O primeiro-ministro da Bélgica, Charles Michel, comentou que "condena" o gesto do republicano, enquanto o premier tunisiano, Youssef Chahed, definiu a atitude de Trump como "um duro golpe" aos palestinos.

A Rússia, que atua em operações militares no Oriente Médio, comentou que a mudança da embaixada "desata preocupações".

"Acreditamos que essa escolha não ajude o processo de paz. Na realidade, como podemos ver, está provocando uma divisão na comunidade internacional", afirmou o porta-voz do Cremlin, Dmitry Peskov.

"O Reino Unido, como já declarado pela premier Theresa May, confirma o desacordo com a decisão dos EUA de reconhecer Jerusalém como capital de Israel", ressaltou Downing Street. A União Europeia (UE) seguiu a mesma posição, ressaltando ser favorável à criação de dois Estados na região. Países árabes, mesmos os adversários Irã e Arábia Saudita, uniram-se contra a decisão de Trump. Paquistão, Qatar, Iraque e outras nações também demonstraram descontentamento.