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Fronteira entre Coreias vai se tornar um dos mais mortíferos campos de batalha, diz analista

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A Zona Desmilitarizada da Coreia (DMZ, em inglês) é uma faixa entre os dois países, sendo também o lugar mais fortificado da Terra. No caso de um conflito militar, a presença de 3 grandes exércitos na península pode tornar a área fronteiriça no campo de batalha mais mortífero do mundo, opina o analista Kyle Mizokami, do The National Interest.

O último caso de fuga de um desertor norte-coreano mostra que é muito difícil atravessar a fronteira fortificada entre os dois países, minada e patrulhada por soldados preparados para combater.

A Coreia do Norte construiu uma série de fortificações e instalações de defesa para prevenir a invasão das forças sul-coreanas através da Zona Desmilitarizada. Ao longo da fronteira existem cercas eletrificadas e uma área minada. Além disso, a Coreia do Norte construiu uma série de torres especialmente para observar possíveis incursões da Coreia do Sul.

As forças norte-coreanas incluem 1,2 milhões de homens armados. Cerca de 70% das tropas terrestres e 50% da Força Aérea e da Marinha ficam em uma distância de até 100 km da DMZ, escreve Kyle Mizokami no seu artigo no The National Interest. Além disso, a Coreia do Norte construiu vários túneis subterrâneos para facilitar o deslocamento das tropas através da fronteira no caso de um conflito e uma série de pelo menos 800 bunkers na zona fronteiriça sendo cada um deles capaz de albergar de 1,5 a 2 mil soldados.

No caso de uma guerra, a Coreia do Norte planeja realizar uma ofensiva rápida. Mizokami informa que, em 1992, o pai do atual líder norte-coreano Kim Jong-il concluiu que só um assalto rápido através da DMZ pode ser eficaz, tendo em conta o grande número de soldados e armas dos EUA estacionados no território da Coreia do Sul.

Quando uma guerra começar, os 3 corpos da infantaria norte-coreana, apoiados por brigadas independentes da infantaria ligeira e o corpo de artilharia Kangdong, vão realizar uma ofensiva rápida através da DMZ.  A ofensiva vai ser apoiada pela Força Aérea, paraquedistas e unidades de sabotagem, enquanto os submarinos norte-coreanos vão ser utilizados para interceptar as forças da Marinha dos EUA, particularmente as forças anfíbias envolvidas em um contra-ataque, afirma Mizokami. 

Os ataques vigorosos das tropas norte-coreanas, com o uso possível de armas químicas, vão permitir pelo menos um avanço substancial nas costas leste e oeste, sendo o oeste a direção mais importante devido à localização da capital sul-coreana, Seul. Na costa oeste a 815ª Brigada Mecanizada e a 820ª Brigada de Tanques norte-coreanas, com centenas de tanques e veículos de infantaria, estarão totalmente preparadas para realizar um assalto, enquanto as brigadas 108ª e 806ª dos Corpos Mecanizados estão estacionadas na costa leste.

As unidades da artilharia pesada norte-coreana vão disparar a partir de posições protegidas nas montanhas apoiando uma invasão do território vizinho, indica Mizokami, acrescentando que a deteção destas posições seria a prioridade número um para as forças dos EUA e da Coreia do Sul.

Enquanto isso, ao sul da DMZ, a Coreia do Sul também possui extensas defesas destinadas a impedir que um exército atravesse a fronteira. As tropas sul-coreanas patrulham regularmente a fronteira com metralhadoras pesadas e veículos de apoio. Em 2010 a fronteira começou a ser patrulhada pelo robô militar SGR-1.

Muitas estradas entre Seul e a DMZ foram construídas especialmente para ser bloqueadas simplesmente no caso de uma invasão. Caso isso aconteça, as forças sul-coreanas vão tentar conter o inimigo na área da DMZ, atacando-o com todas as armas avançadas que possuem, afirma Mizokami. 

No caso de qualquer invasão, quanto maior for o tempo necessário para o avanço das forças norte-coreanas, maior será a prevalência das tropas sul-coreanas e norte-americanas. Por isso, os soldados norte-coreanos podem tentar atacar os aeródromos, portos e outros pontos de entrada na península, para não permitir a chegada de tropas adicionais inimigas e dando tempo para as tropas da primeira linha. 

>> Sputnik