O Fundo Soberano da Noruega, a maior carteira de investimentos do planeta, pretende alienar todos e quaisquer interesses na extração, processamento e venda de combustíveis fósseis. O anúncio surpreendeu mercados financeiros em todo o mundo.
O movimento foi encarado como o prenúncio de um dos maiores incentivos para a exploração de energia sustentável. Grupos ambientais celebraram o movimento, prevendo que a decisão deve ajudar a limitar os efeitos do aquecimento global por mudanças climáticas induzidas pelo homem como resultado da queima de combustíveis fósseis.
"Esta é uma enorme mudança", argumentou Mindy Lubber, chefe da Ceres, um grupo de investimento sustentável sem fins lucrativos.
"As pessoas estão começando a reconhecer os riscos de petróleo e gás", apontou Jason Disterhoft da Rainforest Action Network, um grupo que busca influenciar lideranças corporativas em questões de clima e biodiversidade.
Ambientalismo ou preocupação com lucros?
Os gerentes do fundo mantêm, no entanto, que eles simplesmente estão sendo financeiramente prudentes, segundo a Bloomberg.
"Nossa perspectiva aqui é espalhar os riscos para a riqueza do estado", afirmou Egil Matsen, um dos principais diretores financeiros que administra o fundo. "Nós podemos fazer isso melhor ao não adicionar o risco do preço do petróleo através do fundo".
Os movimentos serão cautelosos no início, sugerem analistas regionais de energia.
"Estamos falando de anos em vez de meses ou trimestres", disse o porta-voz da Rystad Energy, Per Magnus Nysveen. "Isso não tem nada a ver com o meio ambiente", acrescentou Nysveen, sugerindo que a alienação representa o resultado de um "debate puramente financeiro".
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