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Constituinte tira imunidade de adversário de Maduro

Freddy Guevara é acusado de instigar violência em protestos

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A Assembleia Nacional Constituinte (ANC) da Venezuela suspendeu a imunidade parlamentar do primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional, Freddy Guevara, acusado de instigação à violência, formação de quadrilha e uso de menores de idade para confrontos na rua durante os protestos antigoverno de abril a julho deste ano.

Na última sexta-feira (3), o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) havia pedido para a ANC autorizar um procedimento contra Guevara, que no fim de semana se refugiou na Embaixada do Chile em Caracas.

Em sessão na segunda (6), a Constituinte definiu o deputado como um "delinquente" que pagou menores de idade com "comida, armas impróprias e drogas" para "semearem o caos" no país.

A suspensão de sua imunidade foi aprovada por unanimidade pelos 545 membros da ANC, que foi convocada pelo presidente Nicolás Maduro para assumir os poderes da Assembleia Nacional, Parlamento unicameral dominado pela oposição.

Por meio de uma nota, o "Grupo de Lima", formado por Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai e Peru, condenou a decisão contra Guevara, que também foi proibido de deixar a Venezuela.

"A decisão adotada pelo TSJ constitui um novo ataque contra o Estado de Direito e a divisão de poderes na Venezuela e impede o funcionamento normal da Assembleia Nacional, constituída legitimamente por meio do voto popular. O Grupo de Lima reitera que não reconhece nenhum dos atos da assembleia nacional constituinte", diz o comunicado.

De acordo com o deputado, as acusações contra ele são "absurdas". "Nunca conseguirão fazer alguém acreditar que nós sejamos culpados pelo fato de que eles, os assassinos, são aqueles que matam", declarou Guevara, por meio de uma mensagem em vídeo.