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Eleições no Curdistão iraquiano são adiadas por crise política

Votação estava marcada para o dia 1º de novembro

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As eleições presidenciais e legislativas previstas para acontecerem no próximo dia 1º de novembro no Curdistão iraquiano foram adiadas devido à crise com o poder central em Bagdá, informou nesta quarta-feira (18) a Comissão Eleitoral da região autônoma.

Em comunicado, a organização afirmou que "a Alta Comissão Independente decidiu suspender temporariamente os preparativos para a organização das eleições por causa da situação atual".

Além disso, a Comissão revela que não foi apresentada qualquer candidatura para a presidência do Curdistão no prazo previsto.

"Cabe ao parlamento do Curdistão decidir uma nova data para as eleições", reforça o texto.

Segundo o documento, o opositor ao presidente Massud Barzani, Mohammad Tufic Rahim, foi o único a apresentar sua candidatura.

Mesmo assim, a comissão considerou que estava com atraso de dois dias, não podendo ser validada.

Por sua vez, o atual mandatário da região já afirmou diversas vezes que não irá concorrer ao cargo novamente. Na última terça-feira (17), o primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, disse que o referendo de independência do Curdistão "terminou e a partir de agora faz parte do passado".

Com cerca de 30 milhões de pessoas, os curdos representam o maior povo sem pátria do mundo. Milhares de curdos, a maioria muçulmanos sunitas, vivem em territórios da Turquia, Iraque, Síria e Irã.

A diplomacia internacional reconhece a delimitação do Curdistão e a cidade de Erbil como sua sede. No entanto, os curdos que vivem no Iraque - cerca de 18 milhões - desejam proclamar sua independência em uma porção de terra que compreende várias províncias.

Atualmente, as forças militares curdas, chamadas de "peshmergas", têm apoiado tropas internacionais na luta contra grupos terroristas, como o Estado Islâmico (EI). Caso os curdos do Iraque declarem independência, uma nova guerra pode começar no país, pois estilhaçaria o governo de Bagdá.