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'Japan Times': Trump está desmantelando legado de Obama

Jornal diz que demolição envolve clima, comércio, saúde, imigração e política externa

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Matéria publicada nesta terça-feira (17) pelo jornal asiático The Japan Times afirma que tijolo por tijolo, o trabalho de demolição do legado de Obama por Donald Trump começou desde que assumiu o cargo há menos de um ano.

A reportagem lista: Clima, comércio livre, cuidados de saúde, imigração, política externa e reafirma que o 45º presidente dos Estados Unidos começou a desfazer quase tudo feito pelo 44º.

Todos os novos presidentes, é claro, rompem com seu antecessor uma vez na Oval Office, especialmente se eles vierem de um partido político rival. Mas o que é impressionante é o quão sistemático o martelo bate no legado de Obama, descreve assim Japan Times.

Em vez de lançar novas políticas ou projetos, Trump mostrou um desejo voluntário de desfazer, destruir e apagar tudo o que seu antecessor conseguiu, aponta o noticiário.

Vale a pena notar que cada vez que enterra uma das reformas do homem que se sentou diante dele na Secretaria Resolute, Trump parece mais um candidato do que um presidente, avalia o periódico.

A Parceria Trans-Pacífico? Ha poucos dias no cargo, Trump assinou uma ordem retirando a América do acordo de livre comércio, fruto de oito anos de negociação entre 12 países da Ásia-Pacífico, do Chile ao Canadá e ao Japão, lembra o texto.

"Vamos parar os ridículos negócios comerciais que levaram todos a sair do nosso país e retiraram as empresas do nosso país, e isso vai ser revertido", disse Trump.

Paradoxalmente, ao iniciar a queda do projeto, Trump estava se alinhando mais com a ala esquerda do Partido Democrata do que com o mainstream republicano, analisa JT.

O acordo climático de Paris? Obama desempenhou um papel de liderança na consecução desse marco no esforço para combater o aquecimento global.

Trump retirou o acordo assinado por 195 países, afirmando que "punia os Estados Unidos" e declarou: "Eu fui eleito para representar os cidadãos de Pittsburgh e não de Paris".

E quanto a Obamacare, a assinatura do cumprimento legislativo do primeiro mandato de Obama? Depois de tentar em vão conseguir o Congresso revogá-lo, Trump agora está trabalhando para provocar seu colapso através do processo de regulamentação.

E o acordo nuclear iraniano? A tentativa de evitar que Teerã desenvolva uma arma nuclear em troca de um levantamento de sanções mais do que qualquer outro furacão passou a representar a abordagem de Obama para assuntos mundiais.

"Este acordo terá meu nome nisso", disse o presidente democrata pouco antes de concluir. "Ninguém tem maior participação pessoal para se certificar de que cumpre sua promessa".

Enquanto o Trump, até agora, parou de destruir o acordo do Irã enquanto ameaçava na campanha, na sexta-feira, ele advertiu que poderia fazê-lo "a qualquer momento", levantando dúvidas sobre o destino de um acordo nascido de anos de esforço diplomacia.

Trump manteve alta sua determinação em cumprir suas promessas de campanha, exemplificadas por um simples slogan: "America First".

Um fato notável: Obama até agora permaneceu em grande parte silencioso enquanto seu legado é demolido.

A tradição americana, que geralmente é respeitada, sustenta que um ex-presidente deve permanecer acima da briga.

E sua equipe lembra, com razão, que Obama agiu por decreto muitas vezes quando frustrado pelo Congresso. O que foi decidido pelo golpe de uma caneta pode ser desfeito pelo golpe de uma caneta, finaliza Japan Times.

>> Japan Times