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UE abre inquérito sobre fusão entre Luxottica e Essilor

Bruxelas teme prejuízos à concorrência no setor de óculos

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A Comissão Europeia abriu nesta terça-feira (26) um inquérito aprofundado sobre a fusão entre as empresas Luxottica, da Itália, e Essilor, da França, que criará o maior grupo do planeta no setor de óculos.

Segundo um comunicado do poder Executivo da União Europeia, existe o temor de que a união entre as duas companhias possa reduzir a concorrência no mercado de lentes óticas.

"Metade dos europeus usa óculos, e quase todos precisam, cedo ou tarde, de lentes corretivas. É necessário avaliar atentamente para que a operação não resulte em preços mais elevados", disse a comissária europeia para Concorrência, Margrethe Vestager.

De acordo com ela, um inquérito inicial levantou "vários aspectos problemáticos" na fusão, sobretudo devido à forte presença da Essilor no mercado de lentes e ao domínio da Luxottica sobre o segmento de armações para óculos.

Bruxelas teme que, após a conclusão da fusão, a companhia resultante use as marcas controladas pela Luxottica para convencer óticas a comprarem lentes da Essilor. A Comissão Europeia dispõe agora de 90 dias úteis - até 12 de fevereiro de 2018 - para emitir uma decisão.

Por meio de uma nota conjunta, as duas companhias afirmaram que a investigação da UE era "previsível", dada a dimensão das partes envolvidas, e prometeram colaborar com as autoridades europeias para "demonstrar os benefícios que o projeto de integração levará a todos os clientes".

A fusão é estimada em 50 bilhões de euros e criará um colosso de 14 bilhões de euros em receitas e 140 mil funcionários espalhados por 150 países.