ASSINE
search button

De Putin a Merkel, veja os desfalques da Assembleia da ONU

Líderes asiáticos e latino-americanos não participarão do fórum

Compartilhar

Com 193 Estados-membros, a Organização das Nações Unidas (ONU) realizada hoje sua 72ª Assembleia-Geral, em Nova York. No entanto, a edição estará desfalcada de líderes asiáticos e latino-americanos. O chinês Xi Jinping e o russo Vladimir Putin não estarão pessoalmente no evento e enviarão representantes. 

Ambos enfrentam uma situação de tensão regional, com as ameaças de testes nucleares e de mísseis balísticos da Coreia do Norte, além de divergências com o presidente norte-americano, Donald Trump, anfitrião do debate na ONU. A diplomacia de Washington fez cobranças duras a Pequim para encerrar seu comércio com o regime de Pyongyang e impor as sanções ao país por seu programa militar. O principal desfalque do continente europeu será a líder alemã, Angela Merkel, já que o país terá eleições no próximo domingo (24) para escolher membros do Bundestag, o Parlamento local. As pesquisas apontam para uma vitória do bloco consevador da chanceler, mas as campanhas foram marcadas por um fortalecimento dos partidos de extrema-direita. O presidente filipino, Rodrigo Duterte, que já fez várias ameaças e críticas ao Estados Unidos, também não irá à Assembleia da ONU, assim como o premier da Índia, Narendra Modi.

    A líder de Myanmar e prêmio Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi, anunciou na semana passada que não compareceria ao evento, já que a ONU denunciou uma perseguição e "limpeza étnica" contra a população de minoria muçulmana rohingya no país.

    O organismo calcula que cerca de 400 mil rohingyas tenham sido obrigados a deixar Myanmar para fugir dos ataques do Exército.

    Os maiores desfalques, no entanto, são de líderes da América Latina. O presidente argentino, Mauricio Macri, enviou sua vice para a Assembleia, assim como o peruano Pedro Pablo Kuczynski. Protagonista de vários embates com Trump devido às políticas imigratórias e à proposta do magnata de construir um muro na fronteira, o líder mexicano, Enrique Peña Nieto, decidiu não participar da Assembleia da ONU.

    Por sua vez, o venezuelano Nicolás Maduro, que enfrenta uma grave crise política interna, ficará em Caracas. Mesmo assim, a situação na Venezuela estará na pauta de debates da Assembleia-Geral da ONU. Ontem à noite, em um jantar, Trump se reuniu com o brasileiro Michel Temer e outros representantes de governos latino-americanos para traçar soluções para a crise. Seguindo a tradição das Nações Unidas, o presidente brasileiro fará nesta manhã o discurso de abertura da 72ª Assembleia-Geral da ONU Desde 1947, o Brasil é o primeiro a ter a palavra no plenário. O evento de hoje deve comerçar por volta das 10h de Brasília e, após o discurso de Temer, subirá ao palanque o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Será a estreia do magnata republicano Donald Trump no fórum do organismo, o qual ele tanto criticou e ameaçou reduzir as verbas durante sua campanha à Casa Branca. Os EUA são responsáveis por cerca de 22% do orçamento de US$ 5 bilhões da ONU. (ANSA)