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'The Times': Acabou lua de mel entre Macron e a França

Artigo fala que em cem dias ele já é menos popular que seu antecessor

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Matéria publicada nesta quarta-feira (23) pela revista britânica The Times aponta que a lua de mel acabou para Emmanuel Macron, o presidente francês, que em sua inauguração foi saudado como o menino dourado da Europa. 

Artigo diz que cem dias depois de assumir o cargo, ele era menos popular do que seu antecessor, o não querido, François Hollande, no mesmo período de sua presidência.

Os problemas enfrentados por Macron são notavelmente semelhantes aos enfrentados por seu antecessor. Os números de emprego da França acabaram de voltar ao nível em que Holland assumiu o cargo em 2012. Ele vacilou muito em suas tentativas de reformar o mercado de trabalho e foi punido por isso. Macron não vai achar a tarefa mais fácil. Para sair desta estagnação, ele terá que ter sucesso onde uma geração de líderes anteriores falhou, ressalta Times.

O presidente não conseguiu controlar as alavancas do poder, observa The Times. Em seu breve período no leme, os escândalos de despesas desestabilizaram seu gabinete e forçaram a renúncia dos ministros de seu parceiro de coalizão centrista. Ele lutou para moldar a República em março, seu novo partido, em uma ferramenta eficaz para governar. Os cortes para a equipe dos ministros agravaram a dificuldade de elaborar e implementar reformas.

Times destaca que o investimento estrangeiro na França está crescendo, mas ainda fica atrás da Grã-Bretanha. Isso não é por falta de talento ou infra-estrutura, mas por causa das dificuldades que as empresas francesas novas enfrentam na captação de capital. As empresas acham mais difícil criar empregos em tempo integral devido ao alto custo de contratação e demissão de funcionários, altos custos de seguro social e falta de flexibilidade no horário de trabalho. Isso incluiu o grande desafio de Macron. O desemprego na França manteve-se firme em cerca de 10 por cento nos últimos cinco anos. Macron prometeu reduzi-lo para 7 por cento até 2022. Será uma luta árdua, opina.

"O presidente goza de uma grande maioria na assembléia nacional, tendo lucrado com o desprezo pelo ultra-nacionalismo de sua rival Marine Le Pen. Ele também entusiasmou muitos eleitores metropolitanos mais novos com seu tom liberal. No entanto, ele ainda não ganhou ou mesmo iniciou a batalha pela reforma do mercado de trabalho, nem convenceu o eleitorado sobre a necessidade urgente de uma revisão. Macron é um defensor do mercado livre, mas falhou até agora para superar as ansiedades profundamente enraizadas dos franceses".

> > The Times