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Procuradoria pode investigar crime em tremor em ilha italiana

Investigadores querem saber se houve homicídio culposo

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A Procuradoria de Nápoles está analisando a possibilidade de abrir uma investigação por homicídio culposo e homicídio múltiplo culposo, quando não há a intenção de matar, sobre o terremoto que atingiu a ilha de Ischia na última segunda-feira (21).

O tremor deixou dois mortos e cerca de 40 feridos e a Proteção Civil chegou a acusar a cidade de ter permitido a construção de casas com materiais de "baixa qualidade, que não correspondem às normativas vigentes".

Segundo o procurador da cidade, Giovanni Melillo, esses dois crimes "estão no quadro ordinário das avaliações possíveis neste momento". De acordo com uma entrevista dada por ele à emissora "Radio 1", o atual quadro "é complexo e é necessário fazer aprofundamentos".

Sobre as denúncias da Proteção Civil, o procurador afirmou que "não fogem os custos sociais que, também nessa situação, aparecem e mostram ser fenômenos graves como o da construção ilegal e dos abusos".

Por sua vez, o prefeito de Ischia, Enzo Ferrandino, rebateu as acusações e disse que a localidade "não é uma coletividade de abusos". "Falem como estão as coisas de verdade", ainda afirmou.

Papa envia mensagem

Durante a tradicional audiência geral desta quarta-feira (23), o papa Francisco enviou uma mensagem aos moradores da ilha italiana.

"Levo meu pensamento e exprimo uma afetuosa proximidade a aqueles que sofrem por conta do terremoto que segunda-feira atingiu a ilha de Ischia. Rezemos pelos mortos, pelos feridos, por seus respectivos familiares e pelas pessoas que perderam suas casa", disse o Pontífice.

Irmãos socorridos

Tratado como herói pelos bombeiros e pelos italianos, o pequeno Ciro Marmolo, 11 anos, contou como foi salvar seu irmão Mattias, 7, e passar mais de 16 horas sob os escombros de sua casa.

"O meu primeiro pensamento quando eu vi a luz novamente foi Deus. Agora ele existe, eu pensei. Quando soube que o mais novo dos meus irmãos estava bem, tomei coragem e pensei: preciso fazer isso", disse o pequeno no leito do hospital Rizzoli, em Lacco Ameno.

A atitude de Ciro, de levar seu irmão mais novo para baixo da cama assim que o terremoto começou foi o que salvou a vida dele. Já o pequeno Pasquale, 7 meses, foi salvo junto com o pai.