ASSINE
search button

Suspeito de Barcelona era 'divertido', diz italiana

Driss Oukabir falava pouco sobre o irmão, morto pela polícia

Compartilhar

A mulher italiana que era amiga de Driss Oukabir, um dos homens presos por suspeita de ligação com os atentados em Barcelona e Cambrils, na Catalunha, contou que ele lhe perguntara se ela estava disposta a se converter ao Islã.

Silvia Acciaresi, moradora de Viterbo, na região do Lazio, centro da Itália, recebeu Oukabir em sua casa em agosto de 2014, após eles terem se conhecido na região portuária de Barcelona.

"Estava em um banco, com um sem-teto me incomodando. Ele chegou, me deu uma mão para afastá-lo, e assim começou nossa amizade, contou a italiana à emissora "RAI".

Segundo Acciaresi, Oukabir era um garoto "simpático, bastante normal e divertido" e não parecia "apegado à religião". "Bebia cerveja, comia de tudo", acrescentou. No período em que estiveram juntos na Itália, o suspeito demonstrou ser bastante ligado à família, principalmente a uma irmã.

"Mas do irmão menor, ele falava pouco", relatou a italiana, referindo-se a Moussa Oukabir, outro integrante da célula terrorista e morto pela polícia durante o atentado em Cambrils, a 120 quilômetros de Barcelona.

Além disso, Oukabir vivia "pequenos momentos de tristeza" e, quando estava na Itália, dizia sentir "nostalgia" de casa.

"Quando era meu hóspede, Driss Oukabir me perguntou se eu estava disposta a me aproximar da religião muçulmana caso nossa relação continuasse. Eu respondi que não, e ele não teve reação, permaneceu tranquilo", disse.

Foi Acciaresi quem pagou a passagem aérea do suspeito para a Itália, mas ela nega que eles tenham tido uma relação amorosa.

"Queria ajudá-lo a encontrar um trabalho. Ele não achou e foi embora", afirmou ela ao jornal "la Repubblica". Depois disso, a italiana garante que não teve mais notícias de Oukabir.

O suspeito foi preso na última quinta-feira (17), em Ripoll, cidade situada 100 quilômetros ao norte de Barcelona. Seus documentos estavam em um dos furgões alugados pelos terroristas, porém ele alega que foi vítima de um furto cometido por seu irmão.