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Ex-procuradora diz ter provas contra Maduro e Odebrecht

Ortega Díaz afirmou que chavistas estão "muito preocupados"

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A ex-procuradora-geral da Venezuela Luisa Ortega Díaz afirmou nesta sexta-feira (18) que dispõe de "todas as informações" sobre casos de corrupção envolvendo o presidente Nicolás Maduro e a empreiteira brasileira Odebrecht.

Em um áudio enviado a um encontro das procuradorias-gerais da América Latina realizado em Puebla, no México, Díaz declarou que os líderes chavistas estão "muito preocupados", porque sabem que ela tem "os detalhes de cada operação e o nome de quem enriqueceu".

No início de agosto, antes da destituição da procuradora pela Assembleia Constituinte, o Ministério Público da Venezuela havia enviado dois representantes ao Brasil para ouvir o casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura sobre denúncias de que funcionários chavistas teriam recebido propina da Odebrecht.

Em março, Mônica tinha dito à Procuradoria-Geral da República (PGR) que ela e seu marido receberam US$ 11 milhões em dinheiro vivo para fazer a campanha de Hugo Chávez à Presidência em 2012. Segundo sua versão, a quantia foi entregue por Maduro, então chanceler do país.

Díaz é acusada pelo seu sucessor no Ministério Público da Venezuela, Tarek William Saab, de ter liderado, ao lado do marido, uma "quadrilha de extorsão" e uma "máfia transnacional" para chantagear pessoas investigadas.

Dissidente chavista, a ex-procuradora rompeu com o governo após o Tribunal Supremo de Justiça ter anulado as prerrogativas do Parlamento, no fim de março. Sites venezuelanos dizem que Díaz fugiu do país após sua casa ter sido alvo de uma operação dos serviços de inteligência.

Entre os possíveis destinos da ex-procuradora estariam o Brasil, a Colômbia e o México. "Quero denunciar essa perseguição para a comunidade internacional, porque o povo venezuelano também é perseguido por armas, pela fome, por doenças. A situação é muito grave", disse ela em seu áudio enviado ao encontro em Puebla.