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Violência em Charlottesville deixa Trump mais isolado

Tom ameno de presidente foi criticado por republicanos

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A reputação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entre os republicanos piorou depois dos episódios em Charlottesville no fim de semana. A demora para o magnata se pronunciar e condenar a marcha de supremacistas brancos e neonazistas, assim como o tom leve usado em sua mensagem, provocaram a ira dos membros do Partido Republicano.

O presidente da Câmara dos Representantes, Paul Ryan, disse que a ideologia da "supremacia branca é repulsiva" e que "não pode haver ambiguidade moral" na mensagem passada por Trump. "Nós devemos ser claros", afirmou.

Já o adversário de Trump nas primárias republicanas, Marco Rubio defendeu que o presidente "não pode permitir que os supremacistas brancos fiquem com apenas parte da culpa". Trump demorou dois dias até se pronunciar sobre a marcha ocorrida no sábado, em Charlottesville, na Virgina, que terminou com a morte de três pessoas e várias outras feridas. Por horas, o presidente - famoso por se pronunciar rapidamente nas redes sociais - não falou nada sobre os confrontos entre grupos de supremacia branca e neonazistas.

Em vez de criticar o extremismo da direita, que promoveu a passeata em Charlottesville, Trump se limitou a condenar "todas as formas de violência". "Nós TODOS temos que ficar unidos e condenar tudo o que o ódio representa", disse. Para muitos especialistas, a posição de Trump deu a entender que condenava tantos os fascistas quanto as pessoas que tentaram impedir a marcha.

Nesta terça, o presidente se referiu de novo ao episódio e admitiu que também culpa a esquerda pelos confrontos. "Acho que houve culpa dos dois lados", disse. A passeata em Charlottesville foi organizada pela extrema direita contra imigrantes, gays, judeus e negros. A marcha gerou repúdio de vários norte-americanos, que saíram às ruas para conter o movimento neonazista.