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Constituinte abre inquéritos contra rivais de Maduro

Opositores ainda podem ser impedidos de disputar eleições

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A Assembleia Constituinte da Venezuela abriu nesta quarta-feira (16) investigações contra adversários do presidente Nicolás Maduro por conta dos episódios de violência registrados durante protestos no país em 2017.

Segundo a presidente do órgão, Delcy Rodríguez, os inquéritos estão sendo conduzidos pela "comissão da verdade" criada pelos deputados constituintes. "Muitos materiais foram examinados, como mensagens nas redes sociais, fotos e vídeos de responsáveis por terem convocado e organizado ações violentas", declarou.

Rodríguez usou como exemplo uma foto postada pelo oposicionista Freddy Guevara, vice-presidente da Assembleia Nacional, o Parlamento unicameral da Venezuela suplantado pela Constituinte.

Além disso, adversários de Maduro correm o risco de ser impedidos de participar das eleições regionais de outubro.

A "comissão da verdade" pediu ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) uma lista de candidatos de oposição para avaliar se algum deles é culpado de "instigações à violência". "É necessária uma ação preventiva para evitar que eles ocupem cargos públicos e depois os usem para minar a paz social", acrescentou Rodríguez.

Procuradora - Também nesta quarta-feira, agentes dos serviços de inteligência venezuelanos fizeram uma operação de busca e apreensão na casa da ex-procuradora-geral Luisa Ortega Díaz, dissidente chavista destituída do cargo pela Constituinte.

Seu sucessor no comando do Ministério Público, Tarek William Saab, acusa Díaz e seu marido de liderarem uma "quadrilha de extorsão" e uma "máfia transnacional" que chantageavam pessoas investigadas pela Procuradoria-Geral.

A denúncia se baseia em declarações do vice-presidente do Partido Socialista Unido (Psuv), Diosdado Cabello, que afirma que Díaz extorquia dirigentes da estatal de petróleo Pdvsa para livrá-los da cadeia.