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Itália condena neofascistas à prisão perpétua por atentado

Maurizio Tramonte e Carlo Maggi mataram oito pessoas em 1974

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A Corte de Cassação, instância máxima da Justiça da Itália, condenou os neofascistas Maurizio Tramonte e Carlo Maria Maggi à prisão perpétua pelo "massacre da praça da Loggia", atentado terrorista que deixou oito mortos e mais de 100 feridos em Brescia, no norte do país, em 28 de maio de 1974.

Divulgado na última terça-feira (20), o veredicto definitivo confirma a sentença de segundo grau emitida pela Corte de Apelação de Milão em 22 de julho de 2014. Maggi, 82 anos, foi considerado o mandante da ação, enquanto Tramonte, 65, acompanhou a execução do ato terrorista.

O atentado da praça da Loggia foi um dos mais graves dos "anos de chumbo", período entre as décadas de 1970 e 1980 marcado pela violência política e com recorrentes ataques da extrema direita e da extrema esquerda.

A explosão em Brescia ocorreu na manhã de 28 de maio de 1974, quando uma bomba foi detonada durante uma manifestação de sindicatos contra o neofascismo. Desde então, o caso foi motivo de diversos processos na Justiça, mas sem levar a uma condenação definitiva, até esta semana.

Maggi, que era líder do grupo de extrema direita "Nova Ordem" e colaborava com os serviços secretos italianos nos anos de chumbo, foi colocado em regime de prisão domiciliar devido a seu delicado estado de saúde. Já Tramonte foi capturado nesta quarta-feira (21), na cidade de Fátima, em Portugal, onde estava para uma viagem "espiritual", segundo seu advogado.

"Essa história, que marcou profundamente nossa democracia, merece ser lembrada. Assim como hoje se exige não subestimar os crescentes sinais de presença fascista, que é incompatível com a Constituição, as leis e a história da Itália nascida com a Resistência", declarou a presidente da Câmara dos Deputados Laura Boldrini.