ASSINE
search button

Clima, comércio e imigração: os nós que persistem no G7

Compartilhar

Apesar da declaração conjunta sobre o terrorismo, os líderes do G7, reunidos em Taormina, no sul da Itália, continuam divididos em pelo menos três temas: clima, comércio e crise migratória.

Neste sábado (27), os representantes dos sete países e da União Europeia, com exceção de Theresa May, que já retornou para Londres, terão mais duas sessões de trabalho para tentar desfazer os nós que impedem o consenso dentro do grupo. Enquanto isso, as delegações diplomáticas dos membros do G7 continuam negociando intensamente para concluir o comunicado final, que será divulgado ao fim da cúpula.

O ponto de maior discórdia está na questão climática: os países europeus, o Canadá e o Japão tentam convencer o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a manter os compromissos do Acordo de Paris, que prevê um limite de 2ºC no aumento da temperatura média do planeta em relação aos níveis pré-industriais.

No entanto o norte-americano, que prometera engavetar o tratado climático, já deixou claro que não tomará nenhuma decisão sobre aquecimento global em Taormina. A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, admitiu que está desenhada uma situação de "seis contra um", com Trump completamente isolado.

Outro nó está nos debates sobre comércio, mais uma vez configurando uma batalha de todos contra Estados Unidos. Enquanto Trump é protecionista e prega contra as mazelas da globalização sobre seu país, as outras nações do G7 defendem o livre comércio.

Na questão migratória, as diferenças não chegam a ser irreconciliáveis, mas o tema foi definido como prioridade pela Itália, que tenta mediar para evitar que uma questão tão cara ao país acabe ficando em segundo plano.

Fontes italianas veem um "bom compromisso" para reconhecer os três princípios-chave para Roma: abordagem global e de longo prazo, envolvimento dos países de origem dos migrantes e responsabilidade compartilhada. Porém a Itália deve ceder em algum ponto a Estados Unidos e Reino Unido, que preferem tratar a crise migratória mais como questão de segurança do que humanitária.