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Papa diz que não faz cálculo político para reunião com Trump

Francisco afirma que escutará posições de presidente norte-americano

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O papa Francisco afirmou durante a viagem de volta entre Portugal e Roma, ocorrida neste sábado (13), que não está fazendo um "cálculo político" para o encontro que terá com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no dia 24 de maio.

    A resposta veio após um questionamento de um dos jornalistas que acompanhavam o voo sobre se o Pontífice esperava que a reunião entre os dois possa "amenizar" as posturas do norte-americano sobre temas como as mudanças climáticas e os imigrantes.

    "Este é um cálculo político que não me permito fazer porque, nem sobre o plano religioso, eu sou um proselitista. Nós conversaremos, cada um falará o que pensa e um escutará o outro", disse Francisco, complementando que "não faço juízo de uma pessoa sem escutá-la".

    Segundo o líder da Igreja Católica, após os dois conversarem "eu direi a ele o que penso" sobre os temas polêmicos. Antagônicos em suas posturas, em especial, sobre mudanças climáticas e imigração, o encontro do próximo dia 24 é muito esperado pela comunidade internacional.

    Jorge Mario Bergoglio tem como duas de suas bandeiras no Pontificado os malefícios causados pelas mudanças no clima, sobre o qual escreveu sua primeira encíclica onde defende a proteção do meio-ambiente também como forma de proteger a humanidade, e o amplo acolhimento de imigrantes.

    Como forma de "dar exemplo", o Papa ordenou que todas as paróquias italianas acolhessem ao menos uma família de refugiados e ele mesmo ordenou o acolhimento de famílias no Vaticano. Além disso, até mesmo durante sua visita à Fátima, reforça o discurso de que os "muros" pelo mundo devem ser derrubados.

    Por sua vez, Trump já declarou mais de uma vez que o aquecimento global é algo "inventado" pelos chineses para prejudicar a economia norte-americana. Além disso, está estudando se mantém os EUA no Acordo de Paris sobre o clima e já revogou diversas proibições implantadas por seu antecessor, Barack Obama, na questão da emissão de poluentes e na indústria do carvão.

    Também mantém firme seu propósito de construir um muro na fronteira com o México e tentou, por duas vezes, impedir a entrada de pessoas de sete países, majoritariamente muçulmanos, como forma de evitar o terrorismo. Também tentou, sem sucesso, impedir que os EUA parassem de receber refugiados por 120 dias.