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'Ninho de espionagem': embaixada dos EUA em Teerã é transformada em museu

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No outono deste ano, no Irã será comemorado o 38° aniversário da tomada da embaixada dos EUA em Teerã, ou do chamado "ninho de espionagem".

Hoje, no museu em questão estão expostos documentos secretos, relatórios da CIA, vários aparelhos de espionagem, algumas paredes estão cobertas com figuras que simbolizam, segundo as autoridades, a política imperialista dos EUA.

Hoje, o grande território da antiga embaixada americana no Irã, que fica no centro da capital do país, é um verdadeiro lugar de atração. Este "ninho de espionagem" se tornou um museu que é um símbolo da vitória sobre "o grande Satã". O museu se chama 13 de Shaban – em homenagem à data da tomada – 13 de shaban de 1358 (4 de novembro de 1979) e está aberto a excursões.

Nas paredes do cercado há cartazes de conteúdo antiamericano e anti-israelense com inscrições do tipo "Morram os EUA!", "Morra Israel!" e pinturas da Estátua da Liberdade com um crânio que, segundo as autoridades iranianas, simboliza o mal.

Em uma entrevista à Sputnik Persa, o conselheiro do chanceler iraniano, Hossein Sheikholeslam, que participou da tomada da embaixada dos EUA em Teerã, partilhou suas recordações.

"Durante os cinco anos após o golpe de Estado [do ano de 1953 no Irã], foram realizadas muitas prisões, torturas e execuções. De fato, o xá foi reposto [depois de sua fuga] no país pelos americanos na qualidade de seu camareiro mercenário. Todos os crimes contra o povo iraniano [os EUA] realizavam usando o xá como marionete", conta Sheikholeslam.

"A razão prévia para o ataque e tomada da embaixada americana foi o fato que havia a probabilidade de outra conspiração dos EUA para realizar um golpe de Estado semelhante ao de 1953", explicou o especialista.

Depois da tomada da embaixada americana, foram descobertos documentos que provam uma intervenção direta nos assuntos internos do Irã. Estes documentos indicavam os nomes de políticos recrutados e de células de espiões no país, lembra Hossein Sheikholeslam. Todos esses documentos agora estão expostos no museu para os iranianos e outros os poderem ver e ler com seus próprios olhos.

Lembramos que no dia 4 de novembro de 1979 um grupo de estudantes iranianos tomou a embaixada dos EUA em Teerã, que, segundo eles, se tornou um "ninho de espionagem", onde eram desenvolvidos planos secretos para derrubar o governo iraniano que chegou ao poder depois da vitória da revolução islâmica do país. Os 52 cidadãos norte-americanos estiveram detidos no edifício da embaixada por 444 dias.