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Mortes na Venezuela chegam a 25 e Vaticano pode mediar crise

Onda de protestos contra Nicolás Maduro se espalhou pelo país

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A Venezuela já contabiliza 25 mortos nos protestos e manifestações das últimas semanas contra o governo do presidente Nicolás Maduro. A 25ª morte foi confirmada nesta terça-feira e se trata de um jovem de 23 anos, Orlando Jhosep Medina, baleado em um confronto no estado de Lara. Os protestos contra Maduro começaram em 4 de abril e se espalharam por todo o país. Além das 25 mortos, há dezenas de pessoas feridas e outras centenas detidas pela polícia. 

A tensão política na Venezuela perdura desde 2013, com a morte do ex-presidente Hugo Chávez. No entanto, nos últimos meses, seu sucessor, Maduro, adotou medidas polêmicas que irritaram a oposição, como a retirada de imunidades parlamentares e imposições à atuação da Assembleia Nacional. Internamente, a população enfrenta instabilidades econômicas, desabastecimento e crises sociais. 

Milhares de venezuelanos já tentaram cruzar a fronteira para viver em outros países, como o Brasil. O Vaticano, que já mediou tensões como as relações entre Cuba e Estados Unidos e o acordo de paz com o grupo guerrilheiro Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), pode intervir em breve na Venezuela. 

Falta apenas Maduro aceitar as condições fixadas em dezembro pelo cardeal e secretário de Estado da Santa Sé, Pietro Parolin. A ministra das Relações Exteriores da Argentina, Susana Malcorra, encontrou-se com o papa Francisco na semana passada e discutiu a crise na Venezuela. O Papa argentino teria demonstrado "disposição" em qualquer forma de apoio ao diálogo entre governo e oposição, "desde que Maduro aceite os pontos apresentados pela Igreja Católica". 

Em uma carta enviada em dezembro a Maduro, Parolin havia feito solicitações como envio de assistência humanitária a Venezuela, um calendário eleitoral estabelecido, a restituição das prerrogativas do Parlamento e a libertação de prisioneiros políticos. 

Mas aliados de Maduro acusaram o Vaticano de ser "aliado de uma oligarquia imperialista". Os países da região, como Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, México, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai, apoiaram mediação do Vaticano e pediram que o governo venezuelano aceite as condições para o diálogo.