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Polônia ameaça não assinar 'Declaração de Roma'

País disse que assinará acordo se quatro exigências forem atendidas

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A Polônia pode "não assinar" a "Declaração de Roma", documento que será firmado pelos países da União Europeia no próximo sábado, dia 25, em pleno aniversário de 60 anos do primeiro tratado europeu.

Nesta quinta-feira (23), a primeira-ministra do país, Beata Szydlo, disse, em entrevista à emissora "Tvn24", que a Polônia só assinará o novo acordo do grupo se ele compreender quatro exigências de Varsóvia.

De acordo com a premier, as "prioridades" são a garantia da unidade da UE, a colaboração entre o grupo europeu e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), o reforço do papel dos parlamentares nacionais e uma maior coesão dentro do Mercado Comum Europeu. Sem elas, Szydlo disse que não "haverá consenso".

A declaração da primeira-ministra polonesa acontece há exatamente duas semanas que o ex-premier do país Donald Tusk foi reeleito para mais um mandato de dois anos e meio como presidente do Conselho Europeu, o principal órgão político da União Europeia. No dia 9 deste mês, Tusk recebeu 27 votos a favor da sua permanência no cargo dos 28 Estados-membros do bloco.

O único contrário foi justamente da Polônia, cuja atual governante, Szydlo, expoente do partido conservador e eurocético da nação, o Direito e Justiça, não queria que o grupo continuasse a ser conduzido por um adversário interno. O presidente, que é membro da legenda também de direita, mas completamente pró-UE, Plataforma Cívica, também já foi convocado neste mês a prestar depoimento sobre o acidente aéreo que matou o ex-presidente do país Lech Kaczynski, em 2010.

Segundo a Justiça polonesa, Tusk foi negligente com a segurança do então mandatário da nação e deixou que a Rússia comandasse as investigações. Sobre o assunto, o porta-voz da Comissão Europeia, Margaritis Schinas, confirmou o programa do presidente Jean Claude Juncker para as celebrações do 60º aniversário do Tratado de Roma, afirmou sem hesitação que "sábado, os 27 chefes de Estado e de governo [sem a presença dos representantes do Reino Unido devido ao Brexit] e os presidentes das instituições europeias assinarão a 'Declaração de Roma' na mesma sala no qual o tratado original foi rubricado".

Na declaração, Schinas deu a entender que até a Polônia iria assinar o documento. No entanto, perguntado sobre o país e as afirmações feitas há pouco pela premier polonesa, o porta-voz disse não ter nenhuma informação adicional, explicando que "Juncker, em sua viagem à Roma, expressou sua confiança de que ela acontecerá em condições de acordo global".

Já o ministro das Relações Exteriores da Itália, Angelino Alfano, também comentou as declarações de Szydlo, afirmando que "após a reeleição de Tusk", a Polônia está demonstrando uma "atitude problemática em relação à UE". "Nestas horas trabalha-se para a unidade e a humanidade", disse o chanceler italiano explicando que "a reunião de Roma será uma bela ocasião porque com todos juntos se lembra da paz, da prosperidade e da liberdade destas décadas", concluiu Alfano.