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Itália dá perdão parcial a ex-agente da CIA em caso Abu Omar

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O presidente da Itália, Sergio Mattarella, concedeu nesta terça-feira (28) perdão parcial à ex-agente da CIA, a norte-americana Sabrina de Sousa, condenada no julgamento do caso de Abu Omar.    

O pedido, feito pela segunda vez, foi realizado pelo advogado Dario Bolognesi do Tribunal de Ferrara para "insistir em uma decisão rápida". Com a medida, a ex-agente terá sua pena reduzida para um ano.    

"Sabrina de Sousa está livre porque foi concedida a graça da redução da pena e, portanto, não pode ser extraditada. Estamos satisfeitos com esta decisão, que traz à situação um equilíbrio entre os vários réus desta história absurda que a ameaçou trazer para a prisão", afirmou a defesa de Sousa.    

Após a assinatura do perdão parcial, o procurador-geral de Milão, Antonio Lamanna, revogou a ordem de execução da sentença proferida contra a ex-agente da CIA, em 24 de setembro de 2012.    

Sousa havia sido condenada há sete anos e foi detida em Portugal. A ex-agente seria extraditada para a Itália nesta quarta-feira (28). Ela perdeu vários recursos contra a extradição desde que foi detida inicialmente no aeroporto de Lisboa, em outubro de 2015, no âmbito de um mandado de detenção europeu.    

Nos recursos, Sousa alegava que nunca havia sido informada oficialmente da decisão do tribunal italiano e que não podia usar em sua defesa informação confidencial do governo norte-americano.    

No mês de novembro, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou o recurso de revisão apresentado pela ex-agente da CIA relativo ao seu processo de extradição para Itália.    

Sabrina de Sousa, de 60 anos, nascida em Goa, na Índia, tem dupla nacionalidade norte-americana e portuguesa -, ela é acusada de envolvimento no rapto do egípcio e radical islâmico Abu Omar, ocorrido em 2003, em Milão.    

Histórico 

Na época da prisão, o egípcio respondia por ter criado, entre os anos de 2000 e 2003, uma associação fundamentalista que tinha como objetivo cometer atos violentos e terroristas na Itália e em países vizinhos. Abu Omar era vigiado pelas autoridades italianas por pregar a violência em seus sermões e recrutar pessoas para enviá-las ao Iraque antes da invasão norte-americana, em 2003.    

Em 17 de fevereiro de 2003, o então imã foi sequestrado por agentes da polícia secreta norte-americana (CIA) e do serviço secreto militar italiano (Sismi) quando saía de sua casa em Milão. De lá, ele foi levado para os arredores da capital do Egito, Cairo, onde afirma ter passado por tortura. Mantido preso por quatro anos sem acusações formais, foi solto no começo de 2007.