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'UE não aceitará ordens de Trump', diz Tajani

Novo presidente anunciou que União Europeia se focará também na América Latina

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 O presidente do Parlamento Europeu, o italiano Antonio Tajani, disse hoje (21) que a União Europeia não aceitará ordens do governo norte-americano de Donald Trump, que já defendeu explicitamente a saída do Reino Unido do bloco e fez comentários tendenciosamente críticos ao continente. "Os EUA permanecem como o maior interlocutor da Europa a nível mundial. Somos amigos dos EUA independentemente do presidente em exercício, mas não somos submetidos a ninguém nem recebemos ordem de ninguém", disse Tajani, em um fórum organizado pela agência de notícias ANSA. 

"Estamos dispostos a ouvir todos os conselhos e críticas, mas não estamos submetidos a ninguém, não recebemos ordem de ninguém e não estamos dispostos a aceitar insultos de uma pessoa que provavelmente não conhece a União Europeia", disse o italiano, referindo-se à candidatura de Ted Malloch como novo embaixador norte-americano em Bruxelas. O presidente do Parlamento Europeu, que ocupa o cargo desde 17 de janeiro, também demonstrou preocupação com as medidas protecionistas propostas pelo novo governo dos EUA, mas confessou que "prefere esperar" os próximos passos de Trump para tirar suas conclusões. Segundo Tajani, a UE tentará ampliar suas relações e preservar os grandes acordos comerciais, pois "os bilaterais enfraquecem a posição da Europa". 

Um dos focos da UE será estreitar o relacionamento com a América Latina. "Não foi por acaso que convidamos o presidente do México, Enrique Peña Nieto, e da Argentina, Mauricio Macri, para visitar Bruxelas. Convidaremos também o novo presidente do Brasil, Michel Temer", comentou. Ao falar sobre as atuais crises na UE, como a imigratória e a econômica, Tajani pediu investimentos e medidas e flexibilidade, o que alteraria as políticas atuais de Bruxelas. "Vivemos um momento de grande dificuldade na Europa, provocado também por fatores externos, como a crise migratória e o terrorismo. Isso gerou um crescimento de movimentos que, nestas situações, ganham consenso.

 A crise precisa de respostas e talvez estas respostas não estejam à altura da Europa ainda", comentou. "Não podemos pensar em manter apenas a pilastra da austeridade, sem a do crescimento. Assim, a Europa parece frágil", afirmou, referindo-se às medidas de austeridade impostas por Bruxelas aos países-membros que precisaram de resgates financeiros para ajustar as contas. "Se os problemas na África não forem solucionados, a seca, a nutrição, nós teremos milhões e milhões de africanos nas fronteiras e iremos continuar excluindo-os. Devemos investir milhões e millhões na África", completou Tajani, desta vez falando sobre a crise imigratória que atinge o continente.

    (ANSA)