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'Deutsche Welle': Dezoito meses de prisão para soldado por matar palestino

Tribunal encerra um dos julgamentos mais polarizadores da história de Israel

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Matéria publicada nesta terça-feira (21) pleo Deutsche Welle conta que Um tribunal militar sentenciou nesta manhã um soldado israelense a 18 meses de prisão, por matar a tiros um palestino ferido e imobilizado na Cisjordânia, encerrando um dos julgamentos mais polarizadores da história da Justiça de Israel. A sentença é anunciada um mês depois do veredicto que condenou Elor Azaria, de 21 anos, por homicídio. Os promotores pediam cinco anos de prisão para o soldado, refutando a tese dos advogados de que ele agira em legítima defesa.

O diário alemão lembra que  que em março de 2016, um vídeo se tornou viral ao flagrar o momento em que Azaria executou a tiros um palestino, no que o tribunal considerou um ato de vingança – a vítima havia esfaqueado e ferido levemente um colega do soldado momento antes em Hebron, na Cisjordânia. A defesa afirma que o soldado pensou que a vítima carregava explosivos, mas outros envolvidos no caso dizem que o palestino já havia sido revistado. Nenhuma das pessoas que aparece no vídeo aparenta agir com cautela antes de Abdul Fatah al-Sharif, de 21 anos, ser executado.

> > Deutsche Welle Most Israelis oppose soldier's manslaughter conviction

De acordo com a reportagem na leitura do veredicto, a presidente do tribunal militar, Maya Heller, afirmou que não havia motivos para que Azaria atirasse, já que a vítima não representava qualquer ameaça. Ela criticou o testemunho "evasivo" dado pelo réu, que tinha 19 anos na época do episódio. O caso gerou um debate sobre o papel das Forças Armadas na sociedade israelense e, segundo grupos de defesa de direitos humanos, para os excessos cometidos em territórios palestinos, numa violação do código de ética militar.

Welle diz que segundo o código militar israelense, um suspeito deve ser rapidamente neutralizado, mas, uma vez que não haja mais ameaça, ele não deve ser morto. A execução ocorreu em meio a uma onda de ataques por parte de palestinos, deflagrada em outubro de 2015. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, defendeu o perdão ao soldado, assim como políticos de direita e juristas. O ministro da Defesa, Avigdor Lieberman, afirmou que, para ele, as Forças Armadas "devem se manter afastadas do debate político".

O noticiário informa que os políticos de partidos de direita reforçaram nesta terça-feira o pedido para que o presidente Reuven Rivlin perdoe o militar, que foi chamado de "filho de todos” pela campanha que o apoia. Em Israel, a acusação de assassinato tem pena máxima de 20 anos de prisão.