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Rússia e Turquia concordam em monitorar cessar-fogo na Síria

Governo sírio e rebeldes, no entanto, não assinaram o documento

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Rússia, Turquia e Irã, países que estão presentes nas negociações de paz entre o governo sírio e os rebeldes, que terminaram nesta terça-feira (24) em Astana, no Cazaquistão, chegaram a um acordo sobre a criação de um mecanismo para monitorar o cessar-fogo na região.

Os três países concordaram com a decisão de criar uma organização trilateral para aumentar o monitoramento do cessar-fogo na Síria, que entrou em vigor no mês passado, minimizando as suas violações e usando a sua influência para agir sobre os responsáveis pela quebra do acordo. Essa decisão deve entrar em vigor em fevereiro, mas as nações responsáveis por ele ainda têm que entrar em acordo sobre seus detalhes.

No entanto, nem o governo sírio do ditador Bashar al-Assad e nem os rebeldes assinaram o documento final apresentado neste último dia de negociações. Estes últimos afirmaram nesta terça que apresentarão um próprio acordo final. "A oposição se nega a discutir assuntos políticos, nos interessa apenas a trégua", afirmou o porta-voz da delegação rebelde, Osama Abu Zeid.

"Agora a delegação da oposição está trabalhando nos detalhes do acordo sobre a trégua: nós esperamos que haja trégua, tratamos com muita atenção esta questão e dedicamos muito cuidado aos mínimos detalhes do cessar-fogo. Há a sensação de que os países [Rússia, Turquia e Irã] pensam mais em seu próprio interesse que no povo sírio", afirmou Yahya al-Aridi, outro representante dos rebeldes.

Além disso, a oposição também afirmou que as negociações de paz sobre a crise síria, que já dura ao menos 5 anos, também poderiam continuar nesta quarta-feira (25), mesmo que esta quarta tenha sido oficialmente o último dia delas, afirmou Abu Zeid.

"Se os países [Rússia, Turquia e Irã] dizem precisar de mais tempo, de um dia a mais, estaremos de acordo. Não viemos aqui para apenas dois dias, temos um objetivo a ser alcançado", disse o porta-voz rebelde.

Já o enviado especial das Nações Unidas na Síria, Staffan de Mistura, disse que o documento final apresentado pelos três países é satisfatório e disse que a ONU deve continuar sendo a principal mediadora dos processos de paz.

"As chances de sucesso serão maiores se as partes que estão aqui conseguirem concordar com um mecanismo para monitorar e implementar um cessar-fogo em nível nacional. Nós não tínhamos ele no passado, essa é a razão pela qual sempre falhamos", afirmou De Mistura.