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Assange desmente advogado e diz que se entregará aos EUA

No entanto, ativista australiano evitou falar em prazos

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Negando declarações dadas por seu próprio advogado, o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, afirmou nesta quinta-feira (19) que manterá a promessa de se entregar à Justiça dos Estados Unidos, após o presidente Barack Obama ter comutado a pena da ex-soldado Chelsea Manning.

Em entrevista coletiva na Embaixada do Equador em Londres, onde vive desde junho de 2012, o australiano confirmou "tudo aquilo que havia dito". No entanto, ao ser perguntado sobre prazos, desconversou. "A pena não será comutada antes de maio, podemos ter muitas discussões até lá", disse Assange.

Segundo o ativista, ele "sempre teve a intenção de ir aos Estados Unidos", mas só com a garantia de que seus "direitos" sejam respeitados. O fundador do WikiLeaks havia prometido se entregar aos EUA caso Manning, uma ex-soldado transexual, fosse libertada.

A ex-militar foi condenada a 35 anos de prisão por ter dado centenas de milhares de documentos confidenciais norte-americanos ao WikiLeaks. Os arquivos foram obtidos na época em que ela se chamava Bradley e trabalhava como analista de inteligência militar.

O indulto não foi concedido, mas Obama reduziu a pena de Manning para sete anos, o que permitirá sua libertação no próximo dia 17 de maio. Um dia depois da decisão do presidente, o advogado de Assange, Barry Pollack, negou que seu cliente se entregaria porque não trata-se de um perdão.

As idas e vindas acontecem em plena troca de poder nos Estados Unidos, que passarão a ser governados pelo republicano Donald Trump. No início do mês, a Inteligência Nacional dos EUA divulgou um relatório acusando hackers russos de, com a anuência do presidente Vladimir Putin, invadirem os servidores do Partido Democrata e passar as informações para o WikiLeaks.

Esses dados continham indícios de um suposto favorecimento da legenda à candidata Hillary Clinton nas primárias e teriam sido vazados para beneficiar Trump.