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'El País': Denúncias do caso Odebrecht envolvem dois ex-presidentes do Peru

Alejandro Toledo e Ollanta Humala estão implicados no esquema de propina da empresa

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Matéria publicada nesta quinta-feira (19) pelo El País conta que a situação judicial do ex-presidente do Peru, Ollanta Humala, se complicou após revelação de que a Odebrecht, empresa que confessou o pagamento de propinas em todo o continente para a concessão de contratos, teria repassado 3 milhões de dólares (cerca de 9,6 milhões de reais) de caixa dois à campanha presidencial de Humala. 

Segundo a reportagem o ex-presidente Alejandro Toledo também se viu implicado pelo depósito feito na conta de um empresário próximo, descoberto pelo Ministério Público. De acordo com relatos 4,8 milhões de reais teriam sido enviados a Humala com autorização do ex-presidente Lula e saído do caixa que a empreiteira tinha junto ao PT, administrado pelo ex-ministro Antonio Palocci, conhecido internamente como “Italiano”.

> > El País Las denuncias por Odebrecht en Perú implican a dos expresidentes

O diário espanhol acrescenta que a Justiça peruana há meses investiga Humala por lavagem de dinheiro no financiamento de suas campanhas. Com as últimas revelações, e ante o perigo de fuga, o juiz acatou o recurso do promotor Germán Juárez Atoche para que os envolvidos sejam obrigados a pedir autorização judicial se quiserem abandonar o país. O promotor Juárez justificou esse pedido apresentando duas procurações, pelas quais a ex-primeira-dama autorizou seu esposo e sua prima Rosa Heredia a viajar com os filhos para fora do Peru. Segundo Juárez, esses documentos demonstram que o casal “vem preparando caminho para uma possível saída ao exterior”.

El País diz que as suspeitas de fuga acompanham o casal desde o final do mandato presidencial de Humala, em julho de 2016. E aumentaram em novembro passado, quando Heredia – investigada pelo mesmo crime de Humala – viajou ao exterior para assumir o cargo de diretora do Escritório de Ligação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) em Genebra, na Suíça. Finalmente, a ex-primeira-dama voltou ao Peru, em meio a uma grande expectativa da mídia. Há uma semana, o Judiciário a autorizou a viajar para o exterior, obrigando-a a voltar a cada 30 dias para se submeter a controles biométricos.