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'Deutsche Welle': Alemanha alerta para possível instabilidade em sua democracia

Presidente diz que "Projeto político e normativo do Ocidente estão sob fogo"

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Matéria publicada nesta quarta-feira (18) pelo Deutsche Welle conta que em seu último discurso como presidente, Joachim Gauck disse nesta manhã, em Berlim, que vive na "melhor e mais democrática" Alemanha da história, mas fez um alerta de que a estabilidade do país e do Ocidente enfrenta ameaças. Pastor luterano de 76 anos, com papel importante nos protestos na antiga Alemanha Oriental que levaram à queda do Muro, em 1989, Gauck chegou à presidência em março de 2012 e deixará o cargo em fevereiro. Seu provável sucessor é o atual ministro do Exterior, Frank-Walter Steinmeier.

"Esta é – assim eu pensava na época e penso hoje – a melhor e mais democrática Alemanha que já tivemos", afirmou Gauck, no Palácio Bellevue. "Agora, após quase cinco anos, estou cada vez mais convencido de que perigos ameaçam essa Alemanha democrática e estável."

> > Deutsche Welle Bundespräsident Gauck macht sich für wehrhafte Demokratie stark

O Welle relata que o presidente pediu coragem aos alemães para enfrentarem os desafios pela frente. Como exemplo, mencionou a crise da União Europeia, com o iminente Brexit, além do nacionalismo crescente e o frequente discurso de ódio em relação à imigração. Segundo o presidente, é necessário fortalecer a Alemanha para o futuro. Sobretudo, disse ele, perante grupos que apresentam planos alternativos, mas nenhum programa coerente; que propagam a rejeição a estrangeiros e ao livre-comércio.

"Nós não podemos evitar nos colocarmos diante desse desafio: a democracia liberal e o projeto político e normativo do Ocidente estão sob fogo", afirmou Gauck.

Reportagem fala que sobre o terrorismo, Gauck insistiu em um Estado forte: "O Estado de Direito perde quando se mostra fraco ou indefeso diante da violência e do terror", avaliou, acrescentando que uma vigilância maior não ameaça a democracia, e sim é uma exigência à sua proteção. Na política internacional, Gauck afirmou que a Alemanha deverá assumir mais responsabilidades. "A julgar pelos desafios dos nossos tempos e por nossas oportunidades, podemos e devemos fazer muito mais", enfatizou. "Temos que fazer mais para, unidos, mantermos a ordem, prevenirmos conflitos, neutralizarmos crises e desencorajarmos adversários."