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Em alta, ex-ministro de Hollande vira alvo de rivais

Emmanuel Macron está em terceiro em pesquisas para Presidência

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Terceiro colocado nas pesquisas, o ex-ministro de Economia Emmanuel Macron, que tenta se tornar o mais jovem presidente na história da França, entrou na mira dos dois partidos que lideram a disputa pelo Palácio do Eliseu.

Nas sondagens divulgadas em janeiro, Macron, de 38 anos, aparece com cerca de 20% das intenções de voto, atrás da ultranacionalista Marine Le Pen, da Frente Nacional (FN), e do conservador François Fillon, do partido Os Republicanos, que oscilam entre 24% e 26%.

No entanto, em alguns cenários, principalmente naqueles que excluem o ex-primeiro-ministro Manuel Valls, Macron chega a 24%, tecnicamente empatado com Fillon e Le Pen. No sábado passado (14), o ex-ministro fez um comício em Lille, no norte da França, e reuniu 5 mil pessoas.

O espaço dado ao candidato nas últimas semanas foi motivo de ironia nesta segunda-feira (16) por parte da líder da FN. "A atração pueril da imprensa por Emmanuel Macron é quase divertida. São como garotinhas na saída de um show do Justin Bieber", disse a ultranacionalista, durante entrevista à rádio "RTL".

Le Pen também definiu o rival como o "candidato de Bruxelas [sede da União Europeia], do ultraliberalismo, da globalização, da austeridade e da mídia". "As pessoas querem saber o que ele propõe, mas vão embora sem sabê-lo, porque ele não tem nada para propor", acrescentou.

Já Bernard Accoyer, secretário d'Os Republicanos, afirmou ao jornal "Le Monde" que Macron é como um "Beppe Grillo vestido de Giorgio Armani", em referência ao fundador do partido populista e antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), maior força de oposição na Itália e caracterizado por suas críticas às siglas tradicionais.

Assim como Grillo, o ex-ministro de Economia diz não ser "nem de direita, nem de esquerda", apesar de sua profunda ligação com o governo do presidente François Hollande, do Partido Socialista. "É uma forma de populismo conduzida por um puro produto daquilo que ele mesmo pretende denunciar", destacou Accoyer.

Macron chefiou o Ministério de Economia entre 2014 e 2016, mas antes havia sido secretário-geral-adjunto da Presidência da República e trabalhado no mercado financeiro. No entanto, ele desembarcou do governo em agosto do ano passado, criticando os dogmas econômicos da esquerda socialista.

Seu movimento, o "En Marche" ("Em Movimento"), carrega as siglas de seu próprio nome, EM, e adota uma plataforma liberal e europeísta. Macron foi um dos maiores defensores da reforma trabalhista que flexibilizou as formas de contratação na França e foi duramente criticada por sindicatos.

Contudo, só será possível avaliar com mais clareza o cenário eleitoral no país em fevereiro, quando o Partido Socialista já terá escolhido seu candidato à sucessão de Hollande, que decidiu não tentar a reeleição devido a seus baixos índices de popularidade.

As pesquisas apontam o ex-premier Manuel Valls como favorito para disputar o segundo turno contra o também ex-ministro de Economia Arnaud Montebourg. As eleições na França estão marcadas para os dias 23 de abril e 7 de maio de 2017.