ASSINE
search button

China pode se reunir com delegação de Trump em Davos

Declaração foi feita pelo vice-chanceler da China, Li Baodong

Compartilhar

A delegação do presidente chinês Xi Jinping no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, que todos os anos reúne líderes internacionais da política e dos negócios, está aberta à hipótese de se encontrar com o time de transição do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.    

A declaração foi feita pelo vice-ministro de Relações Exteriores da China, Li Baodong, durante uma coletiva de imprensa na Suíça, onde o mandatário asiático está realizando uma visita.    

De acordo com Baodong, "existem canais de comunicações abertos" para um encontro bilateral com a delegação de Trump, mas ele só acontecerá se a "programação [do evento] permitir e se houver o desejo" para isso. Xi Jinping é o primeiro presidente chinês a comparecer ao Fórum de Davos, que acontecerá entre 15 e 18 deste mês na cidade suíça, e deverá se focar na defesa da globalização e do multilateralismo. Na próxima terça-feira, dia 17, o mandatário fará um discurso para líderes políticos pedindo que eles guiem "a globalização na direção da maior inclusão e do mútuo benefício", afirmou o vice-ministro.    O Fórum de Davos acontecerá na mesma semana que Trump será empossado como presidente dos EUA, cerimônia que ocorrerá no próximo dia 20.    

Esse possível encontro entre as delegações dos dois países pode ser um primeiro passo importante para que as relações diplomáticas dos próximos quatro anos entre os Estados Unidos e a China comecem a ser definidas.    

Em várias vezes, Trump fez declarações polêmicas sobre a China, afirmando que o país está "matando" e "estuprando" a economia norte-americana, que ele está exercendo práticas injustas de comércio e que ele "rouba" descaradamente os empregos dos trabalhadores dos EUA. O presidente eleito também iniciou uma crise diplomática ao ligar para a mandatária de Taiwan, Tsai Ing-wen, país que é independente há décadas da China, o que não é no entanto, reconhecido pelo gigante asiático e por outros países ocidentais, inclusive os Estados Unidos. A nação, por outro lado, já disse que está "extremamente preocupada" com as declarações feitas pelo republicano.    

Durante a coletiva na Suíça, Baodong também rebateu as acusações dos Estados Unidos e de outras potências internacionais do protecionismo comercial exercido pelo governo de Pequim que disse que são "injustificáveis". "O protecionismo comercial levará ao auto-isolamento e isso não está nos interesses de ninguém", disse o vice-ministro chinês.