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Após 4 anos, herdeiro de Chávez lida com grave crise

Maduro foi indicado pelo ex-presidente em 8 de dezembro de 2012

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Por Milagros Rodríguez - Há quatro anos da "opinião firme" de Hugo Chávez de nomear Nicolás Maduro como seu "herdeiro político", o chavismo tenta se agarrar ao poder, enquanto a oposição luta para a mudança em meio a pior crise econômica e social que atingiu o país.

Para Eduardo Fernández, presidente do Centro de Políticas Públicas, foi muito "infeliz" a designação de Maduro, para quem "caiu do céu com essa responsabilidade tão imensa sem ter se preparado e agora vemos a situação tão lamentável para a qual conduziu o país".

"Nestes quatro anos, nós temos a inflação mais alta do mundo e uma recessão muito severa - que está empobrecendo os venezuelanos", destacou em conversa com a ANSA.

Além disso, Fernández acredita que durante todo o tempo, ao invés de Maduro assumir a responsabilidade de trabalhar pela unidade dos venezuelanos, se empenhou em semear conflitos e divisão".

Chávez, reeleito para um quarto mandato presidencial, apareceu pela última vez na televisão no dia 8 de dezembro de 2012.

Naquele dia, ele anunciou que iria voltar para Cuba para continuar seu tratamento contra o câncer, que acabou lhe tirando a vida em 5 de março de 2013.

Ele também pediu para seus seguidores que, se caso lhe ocorresse e que ficasse impossibilitado de continuar no exercício de suas funções, sua "opinião firme, plena como a lua cheia é que nesse cenário que manda repetir as eleições presidenciais, vocês votem em Nicolás Maduro como presidente. Eu vos peço com meu coração".

Efetivamente, Maduro ganhou as presidenciais em abril de 2013, com um resultado muito apertado, à frente do opositor Henrique Capriles e começou, segundo Fernández, a situação onde a fome, a doença e o desalento estão prevalecendo.

"Se isso que chamam de chavismo tem realmente um sentimento de patriotismo, deveriam estar buscando a maneira de criar um novo governo de unidade ante a grave crise econômica e social que temos", disse Fernández.

Para o presidente do CPP, Maduro deveria indicar um vice-presidente que não está identificado com nenhuma das duas correntes que estão em luta para levar adiante as mudanças econômicas que são urgentes na Venezuela. "Mudanças que vão na direção de desmontar os controles artificiais de preços e de câmbio e que tenha como prioridade assegurar comida na mesa dos venezuelanos e os medicamentos para os doentes", acrescentou.

Desde 30 de outubro do ano passado, o governo e a coalizão de oposição Mesa de Unidade Democrática (MUD) estão em um processo de diálogo, com o acompanhamento do Vaticano, para buscar uma solução conjunta para a crise.

Após conseguir alguns acordos iniciais, no entanto, as conversas foram paralisadas de forma unilateral pela MUD que acusou Maduro de não cumprir com os pactos alcançados.