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Governo Renzi 'blinda' orçamento para acelerar renúncia

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O governo do primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, decidiu submeter a lei orçamentária de 2017 ao voto de confiança do Senado nesta quarta-feira (7) para acelerar sua aprovação definitiva.

Tal recurso é utilizado para "blindar" um projeto e impedir que a oposição tente obstruí-lo ou modificá-lo com uma chuva de emendas. Ao pedir o voto de confiança, é como se o governo dissesse: "ou votamos o texto do jeito que está, ou não votamos".

A decisão foi discutida em uma reunião dos líderes dos partidos no Senado e recebeu o aval da maioria. Assim que o projeto ganhar o voto de confiança, Renzi retornará ao presidente da República, Sergio Mattarella, para entregar sua carta de demissão, o que deve ocorrer entre quarta e quinta-feira (8).

Na última segunda (5), o chefe de Estado pediu para o premier adiar sua renúncia até a aprovação da lei orçamentária, que já passou pela Câmara dos Deputados. Uma troca de governo neste momento poderia atrasar a tramitação do projeto no Senado e fazer a Itália iniciar 2017 com as finanças paralisadas.

A primeira chamada para o voto de confiança deve ocorrer às 13h30 (10h30 em Brasília). Renzi decidiu abandonar o cargo após sua reforma constitucional ter sido rejeitada por 60% dos eleitores em um referendo no último domingo (4). Assim que ele renunciar, Mattarella iniciará consultas com os partidos para a formação de um novo governo.

O presidente também poderia dissolver o Parlamento e convocar eleições, mas ele já deu indícios de que não pretende fazer isso, ao contrário do que pede o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) e a ultranacionalista Liga Norte.